Cabral promete reconstrução de casas destruídas por rompimento de adutora

30 jul 2013 - 17h55
(atualizado às 17h59)
Rompimento de adutora causou a morte de uma menina de três anos e destruiu casas e veículos na zona oeste do Rio de Janeiro
Rompimento de adutora causou a morte de uma menina de três anos e destruiu casas e veículos na zona oeste do Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Ao visitar a área alagada pelo rompimento de uma adutora nesta terça-feira, no bairro de Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, o governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB), disse aos moradores que todos os prejuízos materiais serão ressarcidos, e as casas, reconstruídas. Até a conclusão dessas obras, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) pagará hospedagem, alimentação e remédios para as famílias que ficaram sem casa, garantiu Cabral, que foi a Campo Grande junto com o prefeito carioca Eduardo Paes (PMDB).

A água não entrou na casa de Sônia dos Santos da Silva, 53 anos, mas a família teve a pior perda, com a morte da neta, Isabela Severo da Silva. Sônia disse que Rebeca, mãe de Isabela, está em estado de choque. Depois de passar pelo Hospital Estadual Rocha Faria, os pais da menina foram ao Instituto Médico-Legal para a liberação do corpo.

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"Isabela era muito alegre e tranquila. Ontem (29) mesmo, estava aqui brincando na rua, vestida de noivinha", lembrou Sônia, que mora a poucas ruas da casa da neta. "Nossa família toda mora por aqui. Minha irmã foi lá ver o que estava acontecendo e encontrou a mãe na laje e a menina na água. Parece que um muro caiu em cima dela", contou a dona de casa.

Vizinho da família de Isabela, o vigilante Mário Jorge da Paixão disse que estava em casa quando ouviu um barulho muito alto. "Fui até o muro para ver, e a casa estava cheia de água. Tentei pegar Isabela pelo muro, mas ela estava agarrada em um pedaço de madeira, e a mãe não conseguia chegar até ela. Uma parte do muro estourou, e eu tive que ir pegar os meus filhos."

Jorge Luiz Carvalho, que foi socorrido pelos bombeiros por volta das 11h, tentou explicar a força da água: "Pensei que fosse um tsunami. Eu me segurava na porta e na parede, e a água me arrastava". Com escoriações, ele se revoltou ao ver técnicos da Cedae antes de ser atendido em uma ambulância: "Olha o estado da minha casa! Se eu fosse vocês, teria vergonha de vir aqui."

Outra moradora atingida pela força da água, Iranilde Pereira da Silva, viveu história parecida. Ela ficou mais de quatro horas ilhada e foi retirada da casa de um vizinho com auxílio de um bote salva-vidas. "Primeiro, eu achei que era chuva no telhado, mas era muito forte. Empurrava a porta de uma forma que eu não conseguia abrir. Quando consegui, a água me carregou para a rua e o muro caiu. É maravilhoso estar viva", desabafou Iranilde .

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Vizinho à área do rompimento da adutora, Roberto Souza Oliveira esperava a água baixar para descobrir se perdeu todo o material de trabalho em sua marcenaria, que fica em uma das ruas alagadas. "Eu não consegui entrar, mas um vizinho da marcenaria disse que a água chegou até a cintura. Tinha muita coisa lá dentro. Se foi destruído, perdi mais de R$ 10 mil."

Alak Gonçalves, que mora no segundo andar da casa da mãe, conseguiu tirá-la a tempo, mas ela perdeu tudo. "TV de 42 polegadas, geladeira, freezer. Estávamos pagando tudo ainda. Na minha casa, a água entrou pela janela e destruiu o guarda-roupa, o berço da minha filha e a minha cama. Ali perto, o jato derrubou uma parede no terceiro andar de uma casa", disse Alak.

Feridos

Na tarde desta terça-feira, a Secretaria Estadual de Saúde fluminense afirmou que apenas uma pessoa, das 10 que foram encaminhadas ao hospital estadual Rocha Faria, seguia internada. De acordo com a nota, a vítima é uma garota de 8 anos, que passou por uma tomografia e segue em observação no local. 

Outras seis pessoas foram atendidas ainda em Campo Grande e, liberadas, não foram levadas ao hospital. 

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Segundo o Corpo de Bombeiros, em balanço parcial, 16 casas foram atingidas e outras 17 desabaram. Além disso, há em torno de 72 desabrigados e 70 desalojados.

Agência Brasil
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