Caetano Veloso consegue penhora de vendas de livros de Olavo de Carvalho

Um dos gurus do ex-presidente Jair Bolsonaro, morto em 2022, foi processado pelo cantor, a quem chamou de pedófilo

5 mar 2024 - 17h50

O juiz Guilherme Pedrosa Lopes, da 50ª Vara Cível do Rio, concedeu ao cantor Caetano Veloso a penhora do dinheiro proveniente das vendas do livro de Olavo de Carvalho, morto em janeiro de 2022, para que ele possa receber o valor que ganhou após vencer o processo contra o guru do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Caetano Veloso tem ação judicial contra Olavo e Carvalho na Justiça
Caetano Veloso tem ação judicial contra Olavo e Carvalho na Justiça
Foto: Reprodução / Perfil Brasil

Em 2017, Caetano entrou com ação por ser chamado de pedófilo pelo líder bolsonarista nas redes sociais. No mesmo ano, a Justiça concedeu liminar, decidindo pela remoção do conteúdo na internet, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. E isso nunca foi feito. A dívida acabou acumulando, sob pena de multa diária e ultrapassou a casa dos R$ 3 milhões de reais.

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O juiz Guilherme Pedrosa Lopes afirma no documento que enquanto não for finalizado o inventário, é de responsabilidade do espólio arcar com as dívidas contraídas por ele em vida. Procurada pela Folha de S.Paulo, a Editora Record afirma que os valores referentes aos livros seriam de pouco mais de R$ 8 mil.

Desentendimento entre Caetano e Olavo

Em 2019, o escritor registrou uma queixa-crime contra Caetano após um artigo publicado pelo músico na Folha de S.Paulo. O documento pedia que Caetano respondesse pelos crimes de calúnia, difamação e injúria.

O advogado de Olavo, Francisco Carlos Cabrera, que assinava a petição, referia-se ao músico como "canalha", "delinquente travestido de colunista" e dizia que Caetano alegava ter sido exilado (durante a ditadura), "mas nunca mostrou um documento". Olavo, em sua defesa, dizia que o artista teria ofendido sua honra.

Em 2021, a Justiça do Rio negou outro recurso do guru bolsonarista que alegava não ter como pagar todo esse montante ao cantor, e a dívida foi se arrastando.

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*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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