Após atingir a sua 20º alta seguida em fevereiro, o Sistema Cantareira finalmente recuperou a 2º cota do volume morto e opera com 10,7% de sua capacidade. A chuva acima da média que caiu no Cantareira em fevereiro favoreceu esta recuperação, mas isso não indica nem de longe o fim da crise hídrica enfrentada por São Paulo. Operando na primeira cota do volume morto, os reservatórios ainda estão abaixo de sua capacidade mínima e os próximos meses devem ser de estiagem, como a maioria dos invernos.
Ao todo, foram “emprestadas” duas cotas de água do volume morto num total de 29,2%. A primeira, de 18,5% foi disponibilizada em meados de maio de 2014, mas efetivamente só começou a ser usada a partir de 12 de junho de 2014 quando acabou o volume útil do Cantareira.
Em 24 de outubro de 2014 foi anunciado um novo “empréstimo” de água do “volume morto”, uma segunda cota de 10,7% da capacidade total. Em 23 de outubro de 2014, o nível do Cantareira era de apenas 3% de água do “volume morto”. Dos 18,5% que estavam sendo usados desde 12 de julho de 2014 só restavam 3%. Até 23 de fevereiro de 2015 foram devolvidos 10,6% desta água, que era o nível do Cantareira neste dia.
Pouca chuva
Nesta última semana de fevereiro, o Cantareira ainda terá pancadas de chuva, segundo a Climatempo. O volume destas pancadas deve ser moderado, aumentando pouco o nível dos reservatórios.
Na última semana, o jornal Folha de S.Paulo publicou que projeções do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e da Sabesp apontavam que o rodízio de água poderia ser evitado se as chuvas conseguissem elevar o nível do Cantareira a um patamar entre 13% e 14% até o final de março e se as obras previstas para elevar a capacidade dos reservatórios não atrasassem.
O governador, no entanto, negou que esse número esteja sendo adotado pelos técnicos da Sabesp. Especialistas também consideram o número inconsistente, já que dentro dos 14% o Sistema ainda estaria operando dentro do volume morto.
“Esses 14% não vão fazer a gente ter água do volume normal do Sistema Cantareira. Embora o Sistema Cantareira tenha apresentado uma resposta positiva, nós estamos ainda estamos devendo muita água e estamos muito longe de atingir um nível que seja considerado de volume útil de água. A expectativa é de um 2015 com todo um período de estiagem onde podemos passar ‘devendo’ água”, disse a meteorologista Josélia Pegorim. Confira a opinião da especialista sobre a atual situação do Sistema Cantareira:
Com informações da Climatempo