O influenciador fitness Renato Cariani usou dados de crianças para comprar hormônios com desconto. Ele foi acusado de tráfico de drogas e é réu por tráfico de drogas e crimes relacionados na Justiça de São Paulo.
O influenciador fitness Renato Cariani, de 47 anos, réu por tráfico de drogas e crimes relacionados, usou dados de crianças para comprar hormônios de crescimento com desconto.
Segundo relatório da Polícia Federal (PF), obtido pela CNN, Cariani usou nome de crianças para conseguir receitas médicas e descontos, para a compra de Norditropin, mais conhecido como "GH", hormônio muito utilizado para o ganho de massa muscular no mundo fitness.
Mensagens trocadas entre o influenciador e uma mulher identificada como Elen Couto mostram Cariani pedindo mais "daquele medicamento”. "Amiga, consegue dois nomes de crianças com os dados dos pais para mim, por favor. Preciso comprar mais daquele medicamento", escreveu o influenciador.
"Consigo, sim", responde a mulher. Ao ser questionada por Cariani sobre como conseguiu os dados, ela responde que pegou informações dos alunos dela.
Para a PF, a utilização de dados de alunos para o cadastro “reforça os indícios de falsidade dessas receitas”. A interação entre a dupla para comprar hormônios não é objeto da investigação federal, mas foi utilizado para embasar o relatório da Operação Hinsberg.
Réu por tráfico
Cariani é réu por tráfico de drogas e crimes relacionados. O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou, na sexta-feira, 16, as denúncias contra ele e mais quatro pessoas. São elas, além de Cariani: Roseli Dorth, Fabio Spinola Mota, Andreia Domingues Ferreira e Rodrigo Gomes Ferreira.
O influenciador foi investigado pela Polícia Federal no âmbito da Operação Hinsberg, que cumpriu, em dezembro do ano passado, 18 mandados de busca e apreensão. Posteriormente, em janeiro deste ano, o influenciador foi indiciado pela PF por suspeita de envolvimento com tráfico de drogas.
Cariani é um dos sócios da Anidrol, empresa de produtos químicos que estaria ligada aos desvios de fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. Além dela, também estaria no radar da PF a Quimietest, que não tem sede própria e seria um dos braços da Anidrol.
Segundo a Polícia Federal, as investigações revelaram que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo.
Foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação da organização criminosa, totalizando, aproximadamente, 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila), o que corresponde a mais de 15 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo.
As investigações revelaram, ainda, o uso de interpostas pessoas e a constituição de empresas fictícias para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos valores recebidos.