Caso Ágatha: PM apontado como autor do tiro de fuzil que matou menina é absolvido em júri popular

Ágatha Vitória Sales Félix foi atingida por um tiro de fuzil no Complexo do Alemão, no Rio, em 2019

9 nov 2024 - 13h12
Agatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, morreu em setembro de 2019, após ser baleada no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro
Agatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, morreu em setembro de 2019, após ser baleada no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro
Foto: Reprodução/Facebook / Estadão

Cinco anos após a morte de Ágatha Vitória Sales Félix, o policial militar Rodrigo José de Matos Soares, apontado como autor do disparo de fuzil que a atingiu nas costas, foi absolvido na madrugada deste sábado, 9. Na época do crime, ela tinha 8 anos, e estava com a mãe dentro de uma Kombi na Comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. 

O julgamento começou por volta das 12h de sexta-feira, 8, no 1º Tribunal do Júri do Rio. De acordo com a TV Globo, durante a sessão que durou mais de 12 horas, os policiais que estavam na ação reafirmaram a versão de que uma dupla em uma moto passou atirando contra a equipe policial no momento em que Ágatha foi atingida. 

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No entanto, essa versão é contestada pelas cinco testemunhas de acusação que deram depoimento no plenário. As testemunhas contam que quando a Kombi parou para alguns passageiros desembarcarem, em setembro de 2019, Ágatha foi atingida por um tiro nas costas. Ela chegou a ser socorrida e passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. 

O inquérito policial apontou que o tiro que acertou a menina partiu da arma de Rodrigo, e concluiu que ele atirou depois de confundir a esquadria de alumínio, carregada pelo garupa de uma moto, com uma arma. Segundo a Polícia Civil, não houve confronto no local no momento em que a criança foi atingida pelo disparo. 

Por isso, o policial foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado em 2019, e acabou afastado de suas funções. O caso só passou a ser julgado em fevereiro de 2022, e em abril de 2023, encaminhado para o Tribunal do Júri. 

Nesta sexta, sete jurados participaram do julgamento. Eles ouviram cinco testemunhas de acusação, além dos pareceres do MP e dos advogados do acusado. Entre as pessoas que prestaram depoimento, estava também a mãe de Ágatha, Vanessa Sales, que se emocionou muito ao lembrar do dia em que a filha morreu. 

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"Eu não estava entendendo o que estava acontecendo. Eu ouvi um barulho, parecia uma bomba e ela gritando 'mãe, mãe, mãe'. E eu: calma filha. Até hoje quando eu chego em casa e tenho aquele sentimento de estar faltando [algo]”, desabafou. 

"Uma tragédia. Retiraram o seu filho, né? Ela não sofreu um acidente, nem nada. Atiraram para matar e mataram. É muito atordoante para mim", afirmou à emissora. 

Por volta de 1h20, a sentença foi proferida para os presentes. Os jurados decidiram pela absolvição do PM Rodrigo, o que gerou revolta e muita comoção nos familiares que acompanhavam.

Fonte: Redação Terra
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