Caso Nardoni: Justiça deve analisar ida de Anna Carolina Jatobá para o regime aberto

Movimento no processo ocorrerá após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e sem a realização de teste psicológico

31 mai 2023 - 16h46
(atualizado às 17h04)
Anna Carolina Jatobá foi presa junto com Alexandre Nardoni, pai da menina Isabella
Anna Carolina Jatobá foi presa junto com Alexandre Nardoni, pai da menina Isabella
Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou por unanimidade, nesta terça-feira, 30, que a Justiça de São Paulo analise o pedido de progressão ao regime aberto apresentado pela defesa de Anna Carolina Jatobá. Ela foi condenada em 2009 a mais de 26 anos de prisão pelo assassinato de Isabella Nardoni.

O processo começou com um pedido de progressão ao regime aberto feito pela defesa de Anna Carolina. Segundo o STJ, o juízo da execução penal exigiu que, para isso, a mulher teria que ser submetida a um teste de Rorschach, um tipo de teste psicológico. 

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Essa exigência levou a defesa a impetrar um habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo. O argumento foi de que Anna Carolina já havia sido submetida a exame criminalístico, com resultado favorável. Para a defesa, manter o regime fechado representaria um "constrangimento ilegal". 

Com a determinação do STJ, a Justiça de São Paulo terá que analisar o pedido de progressão, independentemente da realização do teste psicológico.

Há três anos, em maio de 2020, Anna Carolina havia perdido o direito ao regime semiaberto, por cometer falta grave: ela foi flagrada conversando com os filhos por videochamada na penitenciária de Tremembé (SP), o que não é permitido. 

Relembre o caso Nardoni

Isabella Nardoni, 5 anos, foi encontrada ferida no jardim do prédio onde moravam o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, em São Paulo, no dia 29 de março de 2008. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

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Em depoimento, o pai da criança disse que o prédio foi assaltado e a menina, jogada por um dos bandidos, que cortou a tela de proteção da janela. A versão, no entanto, não foi sustentada pela perícia.

Em 3 de abril do mesmo ano, o casal foi preso pelo assassinato da criança. Segundo o Ministério Público, Anna Carolina agrediu Isabella ainda dentro do carro e asfixiou a menina no apartamento. Por achar que ela estava morta, o pai cortou a rede de proteção e jogou a filha do sexto andar. Alexandre e a mulher sempre negaram as acusações.

O caso foi levado a julgamento quase dois anos após a morte. O júri durou cinco dias e terminou com a condenação de Alexandre a 31 anos, um mês e dez dias de prisão por homicídio triplamente qualificado - por meio cruel, sem chance de defesa da vítima e para garantir ocultação de crime anterior.

Já Anna Carolina foi condenada a 26 anos e oito meses de prisão. Os dois foram condenados também a oito meses de prisão em regime semiaberto por fraude processual.

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Em maio de 2011, a 4ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo analisou recurso do casal contra o julgamento e reduziu a pena de Alexandre em 10 meses e 20 dias, mas manteve a sentença de Anna Carolina. Os dois estão presos em Tremembé (SP).

Fonte: Redação Terra
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