Cemitério da Consolação instala código de barras nos jazigos; saiba o porquê

Visitantes podem saber mais sobre as personalidades sepultadas a partir do celular; inovação está disponível para quem quiser homenagear entes queridos

8 jan 2024 - 03h10
(atualizado às 07h41)

O gesto de mirar o celular para capturar imagens de QR Codes e acessar mais conteúdos sobre um tema pode ser feito também no cemitério. Os jazigos artísticos e históricos do cemitério da Consolação, na região central de São Paulo, têm código de barras para ampliar os conteúdos sobre as personalidades sepultadas no local. A novidade também pode ser instalada pelas famílias que queiram homenagear quem já se foi.

Impressas em alumínio, as chamadas e-lápides trazem dados biográficos, homenagens, fotos e vídeos. Na primeira fase, o novo recurso será instalado em 50 jazigos históricos por iniciativa da concessionária Consolare e produção da empresa Memória Viva.

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Os primeiros homenageados são a Marquesa de Santos, Dom Luiz Orleans de Bragança, Cerqueira César e a família Matarazzo. O cemitério possui 200 jazigos tombados e exemplares importantes de arte tumular e mausoléus.

Francivaldo Gomes, o Popó, guia histórico do cemitério da Consolação e funcionário do Serviço Funerário da Prefeitura de São Paulo há 23 anos, apoia a curadoria da iniciativa. O ex-coveiro de 56 anos sabe de cabeça onde estão sepultados todos os personagens importantes na necrópole mais antiga da cidade.

Os QR Codes também podem ser aplicados nas lápides de famílias que querem homenagear seus parentes. Por um ano, o serviço varia de R$ 200 a R$ 350 (valores de referência) para a plaqueta de alumínio com o QR Code sobre o jazigo e acesso ao sistema para que o cliente insira fotos, textos e links de vídeo e músicas.

O construtor Alexandre Alan Agostinho, proprietário de um jazigo no cemitério, onde estão enterrados seu pai e seu avô, está entre os primeiros interessados. Ele vai levar a sugestão aos irmãos para homenagear seu pai, Abel Lourenço, falecido há seis meses. Posteriormente, deve incluir seu avô, Jerônimo Lourenço.

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"Quero contar a história do meu pai. É uma forma interessante de homenagem. Dá para escutar, ver e saber mais a história de cada pessoa", avalia.

O QR Code do túmulo da família Alcantara Machado no cemitério da Consolação, região central de São Paulo. FOTO TABA BENEDICTO / ESTADAO
O QR Code do túmulo da família Alcantara Machado no cemitério da Consolação, região central de São Paulo. FOTO TABA BENEDICTO / ESTADAO
Foto: Taba Benedicto/ Estadao / Estadão

QR Code é a abreviação de Quick-Response Code, ou Código de Resposta Rápida, em tradução para o português. Para entender melhor como funciona o QR Code, basta pensar em um código de barras. As barras pretas servem para definir um código binário, ou seja, baseado em 0s e 1s. A mesma lógica se aplica ao QR-Code. A câmera lê, portanto, o contraste entre o claro e o escuro.

Na prática, é uma evolução do código de barras. A principal diferença é a quantidade de informação armazenada na imagem. Isso acontece porque o QR Code é baseado em duas dimensões, vertical e horizontal.

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