Thiago Torres, conhecido como 'Chavoso da USP', usou as redes sociais para denunciar agressões de agentes da Polícia Militar de São Paulo, durante show de Emicida na Virada Cultural, no domingo, 28. Ele e o amigo afirmam que sofreram violência policial. Parte da abordagem foi gravada pelo influenciador.
De acordo com os relatos publicados nas redes sociais de Thiago e de seu amigo Guilherme, o MC Guih da Norte, eles estavam acompanhando o show até que resolveram sentar, por estarem cansados. A partir disso, três policiais da Força Tática enquadraram os jovens, tendo ‘torturado’ e ‘enforcado’ Guilherme por ele portar um cigarro de maconha.
"Foram super agressivos, me enforcaram porque eu não quis comer, rejeitei. Rasgaram minha blusa, totalmente sem necessidade. E a todo momento eu falando 'Pra que isso?'", compartilhou o MC, em relato no Instagram.
Thiago conseguiu gravar parte da abordagem, na qual um agente aparece xingando seu colega. Ao perceberem que foram filmados, os policiais decidiram tirar satisfação.
"Você quer ficar de graça comigo? Quem te autorizou gravar? Você gravou o quê? Esse celular é seu?", diz o suposto policial no registro.
O jovem não mostrou os registros, afirmando estar em seu direito de gravar. Durante essa segunda abordagem, então, Thiago conta que levou chutes e socos. Ele também diz que o policial ameaçou forjar sua prisão. Nas redes sociais, ele frisa que não estava com nenhuma droga, e não havia motivos para ser abordado pela polícia.
Veja os registros:
Consegui gravar alguns segundos das abordagens. Na primeira, meu parceiro apanhou e foi obrigado a comer maconha. Na segunda, eu que apanhei por ter filmado e por ter me recusado a desbloquear meu celular (eles queriam apagar o vídeo). https://t.co/QePGzFjApE pic.twitter.com/vUNGRKZbpO
— NÃO AO MARCO TEMPORAL! (@chavosodausp) May 29, 2023
O 'Chavoso da USP' acredita que os dois só foram liberados depois que ele contou ser uma figura pública. "Eu falei lá que eu era youtuber, falei: 'Pode colocar aí no Google'. Aí ele mandou nós ficar de costas, acho que ele ter feito isso, e aí foi aí que ele liberou nós", relatou.
O que diz a polícia
Em resposta ao questionamento do Terra sobre o caso, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que o Comando de Policiamento atua para identificar os policiais envolvidos na ação relatada, para esclarecimento dos fatos.
"A Corregedoria da Polícia Militar está à disposição para que o jovem formalize sua denúncia", diz a nota.
Policiamento reforçado
A Virada Cultural 2023 contou com 1400 agentes da Polícia Militar distribuídos entre os locais dos shows e 720 agentes da Guarda Civil Metropolitana, além de reforços nos plantões policiais.
Mesmo com relatos de violência ocorridos durante o evento terem viralizado nas redes sociais, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas afirmou nesta segunda, 29, que "a Virada Cultural deste ano foi marcada pela festa e pela tranquilidade", por causa do esquema de segurança montado pela SSP.
A Virada Cultural deste ano foi marcada pela festa e pela tranquilidade, e isso se deve ao esquema de segurança montado pela @SegurancaSP para garantir que as pessoas fossem às ruas viver a cultura de São Paulo em paz. Parabéns às polícias que, com inteligência e eficiência,… pic.twitter.com/qx4eLsI693
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) May 29, 2023