Um choque entre dois trens na Estação Presidente Juscelino, ocorrido em horário de pico por volta das 20h30 desta segunda-feira, deixou mais de 200 pessoas feridas e interrompeu por várias horas o ramal de Japeri, na Baixada Fluminense.
Segundo Carlos Osório, secretário de Transportes do estado do Rio de Janeiro, um trem parado na estação de Mesquita foi atingido por trás por outra composição que circulava no mesmo sentido, da Central para Japeri. Carlos Osório revelou que os feridos foram levados a hospitais da região e confirmou que não há casos graves.
O secretário de Transportes admitiu que "sem dúvida houve uma falha grave", o que motivará uma investigação rigorosa por parte da agência reguladora, além da Supervia. "Nossa prioridade é averiguar rigorosamente as causas do acidente, identificar os problemas e encontrar os responsáveis".
Uma "peça-chave" para entender o que ocorreu será o maquinista, que saiu ileso do acidente e já foi ouvido pelas autoridades. Carlos Osório afirmou que trem que bateu estava reformado e com a manutenção em dia, mas segundo passageiros, a composição já apresentava problemas, como lentidão e repetidas paradas.
Segundo Daniel Ávila, um dos passageiros, o trem "ia a uns 20 quilômetros por hora" quando bateu. "Ainda bem que ia devagar, senão morria todo mundo". Hélcio Ramalho, outro passageiro, revelou que "as pessoas ficaram muito nervosas e queriam sair, pularam (...). Vi uma pessoa no chão gemendo de dor".
Houve muita confusão no momento do choque. Algumas pessoas ficaram presas em parte dos destroços e os feridos foram socorridos por bombeiros de vários quartéis da região, que os levaram para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, Getúlio Vargas, na Penha, e o Albert schweitzer, em Realengo, também na Baixada Fluminense.
Apenas no Hospital da Posse foram atendidas 158 pessoas, das quais sete continuam internados, com estado de saúde estável, de acordo com a unidade.
Também foram socorridas 71 pessoas em unidades estaduais de saúde, como os hospitais Getulio Vargas, Albert Schweitzer e unidades de pronto-atendimento. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, elas já foram medicadas e liberadas.
Por enquanto, não é possível dizer o número exato de feridos: não se sabe se algum paciente foi atendido em unidade estadual e depois procurou atendimento no Hospital da Posse. Assim como há pessoas que foram inicialmente para casa e só buscaram atendimento no Hospital da Posse na manhã de hoje.
Linha interditada parcialmente
Na manhã desta terça-feira, a circulação no ramal ocorria de forma parcial, em apenas um dos trilhos, o que faz com que os trens que partem da Central do Brasil tenham que aguardar autorização para prosseguir viagem entre as estações de Edson Passos e Presidente Juscelino, em Mesquita, onde houve o acidente. A prioridade é para os trens que seguem em direção ao centro da cidade, em razão do maior volume de tráfego devido ao horário de pico, quando milhares de pessoas estão indo para o trabalho.
O secretário estadual de Transportes, Carlos Osório, esteve no local do acidente durante boa parte da madrugada. Técnicos da Supervia e da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Transporte (Agetransp) continuam no local trabalhando para liberar totalmente o ramal e para apurar as causas do acidente, que só não foi mais grave porque chovia no momento e os trens trafegavam em velocidade reduzida. Ainda não há informações sobre as causas do acidente. A Agetransp abriu investigação.
Em nota, a SuperVia informa que "um trem que seguia da Central do Brasil para Japeri abalroou outra composição que se encontrava na Estação Juscelino. O Corpo de Bombeiros e o Grupamento de Polícia Ferroviária foram imediatamente acionados para prestar o atendimento necessário”.
Ainda segundo a Supervia, o primeiro trem foi retirado do local durante a madrugada, mas a segunda locomotiva só foi “encarrilhada” por volta das 5h20, antes de ser levada para a oficina.
Foto: Douglas Viana/Futura Press
Foto: Divulgação/Facebook/Supervia Vergonha para o Povo Carioca
Foto: João Vítor Silva/vc repórter
Foto: João Vítor Silva/vc repórter
Foto: João Vítor Silva/vc repórter
Foto: João Vítor Silva/vc repórter
Com informações da Agência Brasil e da AFP
Colaborou com esta notícia o leitor João Vítor Silva, de Queimados (RJ), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui ou envie pelo aplicativo WhatsApp, disponível para smartphones, para o número +55 11 97493.4521.