Cidadãos enfrentam caos com greve do Metrô e da CPTM em SP

Ônibus lotados e dificuldade de chegar ao trabalho são as principais reclamações de quem utiliza as linhas de transporte da capital paulista

3 out 2023 - 08h40
(atualizado às 09h08)
Em Itaquera, ônibus circularam lotados
Em Itaquera, ônibus circularam lotados
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

A greve unificada da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) começou nesta terça-feira, 3, e já afeta a vida de vários paulistanos, que enfrentam ônibus lotados, trânsito além do normal, viagens por aplicativo mais caras e dificuldade para chegar ao trabalho.

A greve foi aprovada durante a noite deste segunda-feira, 2, pelos funcionários do Metrô, da CPTM e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A paralisação das atividades deve durar 24 horas.

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Situação do Metrô e CPTM: 

• A paralisação afeta as linhas 1-Azul; 2-Verde; 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô, assim como as linhas 10-Turquesa; 12-Safira e 13-Jade da CPTM;

• As linhas 4-Amarela; 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda, operadas pela ViaQuatro e ViaMobilidade seguem funcionando;

• As linhas 7-Rubi e 11-Coral da CPTM apresentam operação parcial, da Luz até Caieiras e da Luz até Guaianases, respectivamente. Algumas estações das linhas, como a Francisco Morato e a de Mauá, que estão fora da rota de operação parcial, amanheceram fechadas, segundo imagens veiculadas pela TV Globo.

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Preços elevados e vias alternativas lotadas 

Algumas pessoas tentaram driblar a greve, como o caso da técnica de enfermagem Katia Angelina, de 38 anos, moradora do Jardim Santo Antônio. Ela tinha a ideia de pedir um carro de aplicativo às 5h, para ir até o trabalho em Indianópolis, na zona sul, mas foi surpreendida pelo preço da corrida, que estava em R$ 170. 

Em Itaquera, passageiros se depararam com acesso ao metrô fechado na manhã desta terça-feira
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

“Não tinha como pagar isso, então vim de ônibus para a Estação Corinthians-Itaquera para tentar carro de aplicativo daqui”, afirmou. Na estação, que estava mais cheia que o normal, o preço da corrida estava R$ 70, e ela teve que tirar do própria bolso, já que não tinha como faltar. 

As filas na área externa da Estação Corinthians-Itaquera estavam imensas, com passageiros disputando por um espaço para embarcar nas linhas de ônibus. Por esse motivo, empresas chegaram a disponibilizar fretado para que os funcionários pudessem chegar ao trabalho. A dificuldade estava em também pegar esses veículos, pois a demanda também é grande. 

Assim como em muitas estações, a Jabaquara amanheceu com os portões fechados, com cartazes informando sobre a greve, e um grupo de metroviários explicando para a população os motivos da paralisação. Apesar da divulgação nos últimos dias sobre possibilidade de haver grave, algumas pessoas não sabiam, e deram de cara com os portões fechados ao chegarem na estação. 

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Esse é o caso do pintor Josemir Teixeira, de 29 anos, que também foi pego de surpresa. “Eu moro na divisa com Diadema e trabalho na Raposo Tavares. Pego o Metrô todo dia por volta das 6h. A empresa em que eu trabalho não falou nada da greve. Eu descobri agora. Avisei para eles e estão mandando um encarregado para me buscar, porque não tem como eu ir de ônibus daqui”, afirmou. 

Algumas pessoas, no entanto, não conseguiram chegar ao trabalho. O encanador José Veneranda, de 31 anos, é um deles, e optou por mandar uma foto do portão da estação fechado ao RH da empresa para justificar a falta. “Não tem como ir de ônibus até lá”, relata. 

Apesar do motivo não estar totalmente claro para os passageiros, alguns deles mostram apoio à paralisação. “Eles estão certos, tem que lutar mesmo”, afirma um deles. Como resultado da greve, os ônibus seguem lotados na capital paulista, recebendo fluxo maior que o normal. 

Greve

Assembleia do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região
Foto: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região/Divulgação / Estadão

O ‘pacotão’ de privatizações envolve várias empresas, entre as quais estão o Metrô de São Paulo, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), consideradas as três maiores empresas públicas de São Paulo. A fase ainda é de estudos, conforme afirmou o governador Tarcísio de Freitas.

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Uma determinação da Justiça prevê a manutenção do transporte sobre trilhos em 100% nos horários de pico e 80% nos demais períodos, além de 85% do contingente da Sabesp. Caso a medida seja descumprida, os responsáveis poderão ter de pagar multas diárias de até meio milhão de reais. Apesar da medida da Justiça, a classe parou 100%. *Com informações do Estadão

Fonte: Redação Terra
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