A Prefeitura de São Paulo triplicou os gastos com fuzis para a GCM nos últimos três anos, informa a GloboNews. As compras acontecem desde 2021, ano em que o órgão adquiriu 11 fuzis por R$ 128.365,16. Em contrapartida, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana comprou 41 fuzis em 2023 por R$ 478.451,96.
Portanto, no decorrer de três anos, a Prefeitura separou R$ 2.474.439,96 para a atuação da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Além dos fuzis, foram compradas outros tipos de armas de grosso calibre, como espingardas e carabinas. Muitos desses instrumentos são utilizados em zonas de guerra.
Em nota, a GCM respondeu que os equipamentos são permitidos por lei para as Guardas Municipais quando justificados por estudos sobre novas tecnologias. Cada agente tem direito a uma arma institucional. A capital paulista possui 7.074 agentes, dos quais 5.343 são homens e 1.731 mulheres.
As últimas contratações aconteceram em julho de 2023, após a inclusão de mil candidatos aprovados em concurso. Mais 500 guardas seguem em formação ma Academia de Formação de Segurança Urbana (AFSU), com previsão de atuação até o fim de março.
Segurança pública
Uma nova pesquisa do Datafolha indicou que a segurança é o principal problema de São Paulo para 23% dos moradores. Similarmente, o levantamento "Raio-X dos Profissionais de Segurança Pública" do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revelou que as forças policiais estaduais diminuíram. Isso forçou os prefeitos a investirem em guardas municipais.
De acordo com o estudo, o Brasil apresentava 434.524 policiais militares ativos. Em 2023, o total foi de 404.871, firmando uma queda de 6,8% em dez anos. Por outro lado, o número de GCMs subiu 23,5%, de 1.122 para 1.467. A conclusão do estudo foi que as prefeituras têm assumido a função de garantir segurança pública, originalmente do governador eleito. Consequentemente, os investimentos municipais são menores que os estaduais e federais.
Heranças passadas: do Exército à GCM
Para o gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, o uso de armamento pesado não é algo pontual e tampouco deve ser visto como tal. O especialista, em entrevista ao G1, relacionou a decisão à gestão de Jair Bolsonaro. Segundo ele, uma resolução do ex-presidente diminuiu o controle do Exército sobre o controle e a fiscalização do aparato do poder público.
Retrocessos na segurança pública em São Paulo 🧶 pic.twitter.com/z3WvvuDQlu
— Instituto Sou da Paz (@isoudapaz) March 13, 2024