Clientes pedem cancelamento de passagens após queda de avião da VoePass e ficam sem resposta

No site “Reclame Aqui”, clientes da VoePass relatam que solicitaram adiamento de voos ou reembolso devido ao acidente

13 ago 2024 - 13h50
(atualizado às 20h42)
Imagem de modelo de avião que caiu em Valinhos, no interior de SP
Imagem de modelo de avião que caiu em Valinhos, no interior de SP
Foto: Reprodução/Airway

Clientes que tinham voos agendados da VoePass nos próximos dias estão solicitando o cancelamento de suas viagens. Na última sexta-feira, 9, um avião da companhia caiu em Vinhedo (SP), resultando na morte de todas as 62 pessoas a bordo. A Aeronáutica está investigando as causas do acidente.

No site Reclame Aqui, conhecido por reunir reclamações de consumidores, há várias publicações de clientes da VoePass, anteriormente conhecida como Passaredo, relatando que solicitaram adiamento de voos ou reembolso das passagens devido ao acidente, mas não obtiveram respostas da companhia.

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Um passageiro de Presidente Prudente (SP) manifestou sua preocupação e solicitou que a política de remarcação de passagens fosse reconsiderada devido às circunstâncias atuais. Ele explicou que tem passagens agendadas para novembro, operadas pela VoePass em parceria com outra companhia aérea, e pediu para remarcar os voos sem custos adicionais.

“Recentemente, a tragédia envolvendo a VoePass tem gerado grande apreensão entre os passageiros e, particularmente, estou me sentindo desconfortável com a situação”, escreveu ele. Ele acrescentou que a tragédia e o histórico recente da companhia levantam sérias preocupações sobre a segurança e a qualidade dos serviços prestados.

Outra cliente de Brasília (DF) relatou que comprou uma passagem no site da Latam para viajar no final de agosto, esperando ser alocada em um voo da própria companhia. No entanto, ao consultar o cartão de embarque, viu que um dos trechos seria operado pela VoePass, que tem parceria com a empresa.

Quando tentou solicitar o reembolso, conseguiu apenas o valor da taxa de embarque. Ela argumentou que, devido ao acidente e às histórias recentes sobre as péssimas condições dos aviões da VoePass, deveria ser reembolsada integralmente. “Um absurdo essa companhia com aviões caindo aos pedaços estar operando”, afirmou.

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Um passageiro de Cascavel (PR) relatou que a empresa se negou a reembolsar sua passagem, mesmo após a queda do avião que matou 62 pessoas, sendo que 80% dos passageiros eram de sua cidade. Ele expressou insegurança em viajar com a VoePass e criticou o atendimento da empresa, descrevendo os colaboradores como mal-educados e pouco dispostos a ajudar. “Paguei quase 500 reais na passagem e querem devolver 109 reais. Isso é um absurdo!”, desabafou.

Uma passageira de São Paulo (SP) relatou uma experiência negativa em um voo da VoePass de Ipatinga (MG) para São Paulo. Após 30 minutos de voo, o piloto anunciou que precisariam voltar e pousar. Os passageiros desembarcaram e esperaram cerca de 50 minutos. Ao tentar decolar novamente, o piloto freou bruscamente, causando pânico a bordo. A passageira e sua filha ficaram muito assustadas.

No dia seguinte, segundo relata, foi informada por funcionários que havia insetos dentro do motor do avião. Ela também mencionou problemas com a manutenção do avião, como moscas presas nos vidros e cadeiras e mesinhas quebradas. A passageira afirmou que não quer mais viajar com a empresa e exigiu o reembolso dos voos futuros que comprou. “Se não me devolverem, entrarei com novo processo”, declarou.

O que dizem as empresas

Em nota, a Latam Airlines Brasil, citada por alguns passageiros, reitera novamente o seu profundo pesar e respeito aos familiares e amigos dos passageiros e tripulantes do voo 2283 da VoePass. A companhia também esclarece que acordos comerciais de codeshare (código compartilhado) são frequentes na aviação brasileira e mundial. Atualmente, a Latam mantém acordos de codeshare com empresas aéreas de todo o mundo, inclusive com a VoePass, a companhia aérea responsável pelo voo 2283.

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"Em um codeshare, uma empresa vende passagens aéreas de um voo, enquanto a outra empresa é a responsável por toda a operação do voo. A empresa operadora do voo é quem responde por toda a gestão técnica e operacional, incluindo o atendimento aos passageiros nos aeroportos, o próprio voo e as suas eventuais contingências. Não se trata, portanto, de “transferência” ou “terceirização” de operações", afirmou a Latam.

Ainda segundo a companhia, antes de selecionar no site e comprar a sua passagem, o cliente é informado sobre qual é a companhia responsável por aquele voo e o modelo de aeronave. Estas informações são prestadas pela Latam em seu site já no momento da busca pela passagem, antes mesmo do cliente decidir pela compra.

A Latam também afirma que oferece flexibilidade para o cliente alterar a passagem aérea do seu voo VoePass adquirido com a companhia. Os clientes podem solicitar reembolso ou remarcar a viagem sem multa de acordo com as regras tarifárias da passagem adquirida. Caso a VoePass tenha cancelado o voo, o cliente também pode reembolsar ou remarcar a sua passagem sem nenhum custo ou multa.

A VoePass não se posicionou sobre o assunto até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

Fonte: Redação Terra
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