A clínica de reabilitação onde um paciente morreu após ser espancado por um funcionário apresentava condições inadequadas de manutenção, higiene e salubridade, segundo informou ao Terra a Prefeitura de Cotia, na Grande São Paulo. De acordo com as autoridades, o suspeito pelos crimes, de 24 anos, foi preso em flagrante.
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O crime aconteceu por volta das 14h30 de segunda-feira, 8, na Estrada Velha do Aguassaí. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a polícia teve acesso a áudios enviados pelo funcionário a um grupo de mensagens nos quais ele falava sobre as agressões.
A vítima chegou a ser encaminhada para uma unidade de saúde, mas não resistiu aos ferimentos. Além do suspeito, outro funcionário também será investigado. O caso foi registrado como “tortura” na delegacia de Cotia.
Em nota, a Prefeitura de Cotia informou que enviou uma equipe da Secretaria da Saúde ao local, que identificou sinais de maus tratos em outros internos da clínica. Ainda nesta terça-feira, 9, foi dado início ao trabalho de profilaxia, além da avaliação dos internos para verificar se precisam de atendimento. Além disso, uma equipe da Secretaria de Desenvolvimento iniciou uma intervenção no local e iniciou o contato com as famílias dos internados para que eles sejam retirados do espaço.
"A Vigilância Sanitária constatou, no momento da inspeção, que o estabelecimento apresentava condições inadequadas de manutenção, higiene e salubridade, conforme Resolução RDC 29/06/2011", informou o município.
Em relação aos documentos apresentados pelo estabelecimento, a prefeitura esclarece que: em meados do ano passado, foi solicitado aprovação de projeto arquitetônico (LTA) e solicitação da concessão de Licença Sanitária Inicial a clínica. Na época, a equipe técnica constatou que o estabelecimento, até então sem residentes, apresentava condições sanitárias de funcionamento. Diante do ocorrido e levando em consideração a legislação sanitária vigente, o estabelecimento foi interditado e a Licença Sanitária cancelada.
O suspeito pela morte do paciente não foi identificado, então o Terra não pode buscar a defesa dele. O espaço permanece aberto para manifestações.
“Cobri no pau”
Em imagens obtidas pelo portal Metrópoles, a vítima aparece amarrada em uma cadeira e é alvo de deboche do suspeito. Nos áudios mencionados pelas autoridades, o suspeito afirma estar com a mão doendo de tanto bater no paciente.
“Cobri [a vítima] no cacete, cobri… Chegou aqui na unidade, [veio] pagar de bravo, cobri no pau”, diz.