Com alerta de chuva em pelo menos dez Estados brasileiros, os cuidados no combate à dengue e à febre chikungunya – ambas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti – devem ser redobrados. O alerta é da infectologista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Eliana Bicudo.
Em entrevista à Agência Brasil, ela lembrou que a dengue é uma doença grave e que apresenta quadro mais agudo que o da febre chikungunya. O principal sinal de alerta para as duas doenças, segundo ela, é a febre, sobretudo quando desacompanhada de outros sintomas gripais, como dor de garganta e coriza.
“Às vezes, se mistura um pouco os quadros virais. Se tenho febre sem dor de garganta, mas com dor muscular, diarreia, temos que pensar em dengue ou chikungunya, que têm a mesma sintomatologia”, explicou.
Para evitar o aumento de casos de ambas as doenças, a orientação, de acordo com a infectologista, é que as pessoas reforcem as ações para eliminar criadouros dos mosquitos. As medidas incluem, por exemplo, verificar se a caixa d’água está bem fechada, não acumular vasilhames no quintal, verificar se as calhas estão entupidas e colocar areia nos pratos dos vasos de planta.
“A febre chikungunya só entrou no País e fez essa festa toda porque temos mosquito demais devido à água parada” , disse. “O que a gente tem como reflexo é a não adesão aos cuidados com a água parada. Afinal, não existe mosquito sem água parada”, concluiu.
Dados do Ministério da Saúde indicam que 2015 registrou um aumento de 57,2% dos casos notificados de dengue no mês de janeiro, comparado ao mesmo período do ano passado. Foram 40.916 notificações no primeiro mês deste ano, contra os 26.017 em janeiro de 2014.
No caso da febre chikungunya, o balanço mostra um total de 23 casos da doença, sendo 22 na Bahia e um em Goiás. Em 2014, foram confirmados 2.847 casos, sendo 94 importados, ou seja, de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela e Ilhas do Caribe.