A Polícia Civil de São Paulo apreendeu nesta segunda-feira, 6, cerca de 5 mil celulares, frutos de roubo e furto, e prendeu 14 pessoas suspeitas de praticarem a receptação dos aparelhos.
A ação, que se deu por meio da Operação Big Mobile, foi deflagrada em toda a capital paulista, mas a maioria dos dispositivos foi localizada em lojas e comércio do centro.
A ação, conforme a polícia, tem o objetivo de reprimir crimes patrimoniais, com foco no roubo, furto e receptação de celulares de origem ilícita. A operação segue em andamento e não há ainda a confirmação de que os suspeitos detidos atuem de forma organizada.
A Operação Big Mobile está na sua segunda fase. A primeira parte da operação foi deflagrada no sábado, 4, quando a polícia apreendeu cerca de 275 celulares e prendeu sete suspeitos em flagrante, também pelo crime de receptação.
O Brasil registrou quase 2 roubos ou furtos de celular por minuto. Além do aparelho em si, os telefones se tornaram mais atrativos com o Pix e a popularização dos aplicativos bancários, o que permite aos ladrões fazerem transferências de dinheiro.
Para localizar os celulares, a polícia se apoiou nas informações fornecidas pelas vítimas, como localização em tempo real do aparelho e o número do Imei, sigla que identifica o eletrônico.
Conforme o delegado-geral, Artur Dian, a maior parte dos aparelhos foi encontrada em locais de comércios e consertos de celulares. Investigações apontam também que parte dos dispositivos está em habitações coletivas, o que torna mais difícil a apreensão pela necessidade de mandado expedido pela Justiça.
"A deflagração da operação foi em São Paulo inteira. Hoje, tivemos uma concentração maior no centro", disse Dian, que não especificou os bairros mais visados.
Ele afirma que foram "centenas" de estabelecimentos fiscalizados nesta segunda e diz que esse tipo de ação não deve ficar restrita à capital. "Nossa ideia é expandir para todo o Estado rotineiramente".
É cedo ainda apontar uma ligação entre os detidos que configure uma organização criminosa, conforme o delegado-geral. "Alguns (suspeitos) se conhecem, são do ramo, mas não foi possível (estabelecer) conexão técnica ainda. Mas vamos apurar e, se constatada essa conexão, enquadrá-los em organização criminosa".
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, a polícia recuperou mais de 39 mil celulares de origem ilícita ao longo de 2024, em toda a capital. Deste total, quase 36 mil foram devolvidos às vítimas. Ao todo, mais 370 suspeitos foram presos ao longo do ano passado.
A polícia pede para que as pessoas continuem fazendo o registro de boletins de ocorrências para ajudar nas buscas de outros aparelhos interceptados. Os donos dos celulares recuperados serão chamados para reaver os aparelhos.