"Condições normais" não provocam ar na tubulação, diz Sabesp

Ministério Público investiga se consumidores estão pagando por ar na tubulação de água; para promotor, abastecimento não está normal e São Paulo já vive “verdadeiro rodízio”

23 fev 2015 - 20h19
(atualizado às 20h25)

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou inquérito civil para investigar se a Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) está cobrando pelo ar que passa na tubulação de água. A suspeita, que chegou ao órgão por meio de denúncias de consumidores, é que o “fornecimento intermitente de água” provoca acúmulo de ar nos canos, e essa passagem de ar aciona o hidrômetro da mesma forma como a passagem de água. O problema nos equipamentos foi revelado por reportagem do Terra do dia 9 de fevereiro.

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<p>Sabesp informa que aparelhos medidores são projetados para registrar apenas o volume de água que passa por eles, e não o ar</p>
Sabesp informa que aparelhos medidores são projetados para registrar apenas o volume de água que passa por eles, e não o ar
Foto: Lucas Lacaz / Futura Press

O MP-SP irá investigar se há “cobrança indevida” por parte da Sabesp. Em nota, a Sabesp informa que “os aparelhos medidores são projetados para registrar apenas o volume de água que passa por eles e não o ar. Em condições normais de abastecimento, as redes de distribuição e das ligações de água operadas pela Sabesp não estão sujeitas à entrada de ar nas tubulações”.

Um dos argumentos do promotor Gilberto Nonaka, que assina o documento, tem como base resposta da própria Sabesp para reportagem sobre passagem de ar pelos hidrômetros, publicada em abril de 2014. Na ocasião, a companhia informou que “a quantidade de ar que chega ao hidrômetro não representa diferença na conta e que somente interrupções diárias durante o mês poderiam alterar a medição do consumo de água”.

Para o promotor Nonaka, é exatamente isso que acontece agora: “rodízio”. “É o que ocorre atualmente, com a escassez da água potável a ser fornecida pela investigada e com a implantação de verdadeiro rodízio, em que a redução da vazão e o corte do fornecimento são intercalados diariamente”, diz o texto do inquérito.

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E continua: “Isso conduz o consumidor a não conseguir atingir a meta de redução proposta pela investigada. Aliás, em inúmeros casos ocorre o aumento de consumo, porque a boia da caixa de água impede a passagem do líquido quando cheia, mas não do ar. Daí porque o consumo pontual da água passa a ser ininterrupto do ar, principalmente se a referida caixa de água estiver totalmente vazia.

A Sabesp informou ainda que, em caso de dúvida, o cliente pode solicitar uma vistoria da área técnica da companhia em sua casa. A Sabesp atende os clientes pelos telefones 195 ou 0800-0119911 (ambos com ligações gratuitas) ou em qualquer agência física.

Fonte: Terra
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