As tensões entre Deise Moura dos Anjos, acusada de envenenar um bolo que resultou na morte de três pessoas em Torres, e sua sogra, Zeli dos Anjos, teriam começado há mais de 20 anos. O estopim teria sido um saque bancário de R$ 600 feito pela sogra, valor que corrigido pelo IGP-M equivale a mais de R$ 2,4 mil atualmente.
Atritos e suspeitas
Depoimentos coletados pela Polícia Civil indicam que o saque ocorrido em agosto de 2004 deu início a uma relação conflituosa. Segundo Deise, Zeli teria usado o cartão bancário do filho sem permissão para realizar o saque, devolvendo o dinheiro ao banco no dia seguinte. Apesar de Zeli ter pedido desculpas, a relação entre elas nunca se recuperou, com Deise chegando a apelidá-la de "naja".
As investigações apontam que esses atritos de longa data podem ter motivado o envenenamento ocorrido na véspera do Natal, quando um bolo contaminado com arsênio levou à morte de três pessoas.
Histórico familiar e acusações
Além dos desentendimentos financeiros, Deise relatou em boletim de ocorrência registrado em novembro de 2024 que culpava Zeli por problemas no casamento. Ela descreveu dificuldades no relacionamento com o marido e atribuiu parte das turbulências à interferência da sogra.
Em agosto do ano passado, uma tentativa de reconciliação resultou em outra tragédia. Durante uma visita ao casal de sogros em Arroio do Sal, Deise e o marido levaram bananas e leite em pó. Após consumirem os alimentos, Zeli e o marido, Paulo Luiz dos Anjos, passaram mal. Paulo morreu dias depois com sintomas semelhantes aos das vítimas do bolo envenenado.
Exumação e novas investigações
Com a descoberta de doses letais de arsênio no bolo natalino, a Polícia Civil decidiu exumar o corpo de Paulo Luiz dos Anjos para determinar se ele também foi vítima de envenenamento. O caso segue sendo investigado, e Deise está presa preventivamente.