A "conselheira espiritual" de Júlia Andrade Pimenta Cathermol, suspeita de matar o namorado com um brigadeirão envenenado, pode ter sido a mandante do crime. Ao menos é o que indicam as investigações conduzidas pela 25ª Delegacia de Polícia de Engenho Novo, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
A suspeita veio após a mãe da psicóloga, Carla Cathermol, ter informado à polícia que a filha lhe revelou ter feito "uma besteira" após ordem de Suyany Breschak. Segundo a mãe, Júlia "realmente" acredita nos "poderes mágicos" da mulher.
Suyany se apresenta como cigana e era "conselheira espiritual" da jovem. Os detalhes do depoimento foram divulgados pela TV Globo nesta quarta-feira, 5.
Em depoimento, Suyany Breschak, que também foi presa por suspeita de participação no crime, disse que a namorada da vítima moeu comprimidos à base de morfina, misturou a um prato de brigadeiro e deu para o homem comer.
"Nesse momento podemos falar com bastante segurança que há elementos nos autos, muitos elementos, indicativos de que Suyany seria a mandante e arquiteta desse plano criminoso", disse o delegado Marcos Buss, responsável pelo caso, em coletiva de imprensa.
Segundo ele, Júlia tinha grande admiração por Suyany, uma "verdadeira veneração". O delegado ainda afirmou que elementos reunidos até então evidenciam que Júlia fazia pagamentos mensais para Suyany.
"Enfim, e essa relação já vinha se desenrolando tem tempo, e ela teria instruído a Júlia a ministrar o medicamento, e a própria Suyane teria procurado informações sobre a aquisição de tal medicamento também", disse o delegado.
Morte por envenenamento
O empresário foi visto pela última vez no dia 17 de maio. Imagens de câmera de monitoramento do elevador do prédio em que o casal morava, no Engenho Novo, mostram os dois juntos. Em uma das imagens ele aparece com um prato de brigadeirão nas mãos. Em outro momento, o empresário não aparenta estar muito bem.
Seu corpo foi encontrado três dias depois, em avançado estado de decomposição, quando vizinhos sentiram o mau cheiro vindo de seu imóvel e acionaram o Corpo de Bombeiros. A suspeita é de que ele tenha sido envenenado ainda no dia 17. Ainda no dia 20, quando ocorreu o encontro do cadáver, Julia havia saído com malas e o carro da vítima do prédio onde moravam.