O orçamento das 27 obras de mobilidade urbana planejadas para as seis cidades que receberão jogos da Copa das Confederações tiveram aumento de 17% em relação ao valor previsto na Matriz de Responsabilidades, firmada em 2010, segundo dados disponíveis no Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União, que é abastecida com informações fornecidas pelas cidades sede e Ministério do Esporte.
O maior aumento foi registrado na cidade do Rio de Janeiro, onde o valor das obras do BRT Transcarioca subiu de R$ 1,6 bilhão para R$ 1,88 bilhão. Somam-se a isso as obras não previstas na Matriz de Responsabilidade: a reurbanização do entorno, reformulação e modernização do estádio do Maracanã e a ligação com a Quinta da Boa Vista, que fizeram com que os gastos saltassem para R$ 2,1 bilhões, totalizando um aumento de 34%.
No Recife, estão sendo realizadas sete obras para a construção de corredores de ônibus, vias expressas, estações do metrô e melhorias no entorno da Arena Pernambuco (que não estavam previstas na Matriz de Responsabilidades), que devem custar R$ 890,6 milhões, 25% mais que os R$ 712,1 milhões previstos incialmente.
Em Fortaleza, onde são realizadas seis obras de mobilidade com a construção de BRTs (corredores de ônibus), vias expressas, estações de metrô e a implantação de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), os gastos incialmente orçados em R$ 464 milhões subiram para R$ 570,3 milhões, um aumento de 23%. No entanto, em apenas duas das obras foi registrado aumento de valor, a da Via Expressa Raul Barbosa (orçada em R$ 53,6 milhões, mas atualizada para R$ 151,60 milhões) e a da VLT, que subiu de R$ 265,5 milhões para R$ 273,8 milhões.
Brasília tinha apenas uma obra de mobilidade prevista, a ampliação da Estrada Parque Aeroporto, orçada incialmente em R$ 98 milhões, mas que teve seu valor atualizado para R$ 103 milhões, um aumento de 5%.
Salvador teve apenas duas obras de mobilidade previstas para a Copa das Confederações, sendo que ambas não estavam orçadas na Matriz de Responsabilidades. Ambas são referentes ao entorno da Fonte Nova e custarão R$ 19,6 milhões. Um detalhe é que o estádio baiano foi o mais caro do País. O local custou R$ 591,7 milhões para ser construído, mas a contrapartida anual de R$ 107,3 milhões, que será paga anualmente durante 15 anos pelo governo baiano, subiu o valor total para R$ 2,2 bilhões.
Belo Horizonte, no entanto, foi um exemplo positivo ao diminuir os gastos em 8%. As oito obras para construção de BRTs, melhoria do controle de trânsito e interligações entre vias orçadas em R$ 1,5 bilhão, tiveram o valor diminuído para R$ 1,4 bilhão.