RIO - O coronavírus vai mudar uma das celebrações mais simbólicas e tradicionais para os católicos cariocas. Trata-se do Dia de São Jorge, intensamente comemorado sobretudo nos subúrbios das zonas norte e oeste, com alvorada e missas. Apesar de ser feriado na cidade nesta quinta-feira, 23, as tradicionais aglomerações nas igrejas e interdições de ruas para a festa do Santo Guerreiro não devem ser vistas. A orientação é manter o distanciamento social, mesmo no dia sagrado, e orar de longe.
"Façamos da nossa casa a igreja de São Jorge!", convocou nas redes sociais um dos principais redutos dos devotos do santo, a Igreja Matriz São Jorge. Localizada em Quintino, na zona norte do Rio, a paróquia promoverá uma missa com transmissão virtual - os fiéis não poderão comparecer ao templo. Será a quebra de uma tradição, que inclui milhares de fiéis, pagadores de promessa e engarrafamento. Nada disso haverá este ano.
Outras paróquias que tradicionalmente prestam homenagens ao santo - e provocam aglomerações - também anunciaram que vão fazer missas sem a presença do público. É o caso, por exemplo, das igrejas de São Jorge, em Santa Cruz, na zona oeste da cidade, e no Centro, uma tradicional construção do século XVIII ao lado da Praça da República.
Está difícil até de falar com representantes dos templos. Ao ligar para a igreja do Centro, quem atende é uma gravação automática. "A igreja está fechada por tempo indeterminado, por determinação do Ministério Público e da Cúria Metropolitana", diz a mensagem. "Somos instados a nos isolar fisicamente, mas permanecemos, mais do que nunca, juntos em oração."
As celebrações costumam interditar ruas no entorno das igrejas que celebram a data. Para este ano, contudo, a Prefeitura afirma que não haverá interdições. "Parece que as festas foram canceladas", informou a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio).