Vídeos nas redes sociais mostram a noite de terror que os moradores de Guarapuava, no Paraná, tiveram na madrugada desta segunda-feira, 18. Criminosos invadiram o município em uma tentativa de assalto a uma empresa de valores.
Na ação, os bandidos fizeram reféns e os obrigaram a formar um cordão humano para impedir a aproximação de policiais.
A quadrilha, com cerca de 30 criminosos, ainda incendiou veículos, atacou batalhões da PM e trocou tiros com policiais. Três pessoas, entre elas dois policiais militares, ficaram feridas. , um morador foi atingido por um tiro no braço. Ele foi atendido em uma unidade de saúde municipal.
Entenda a ação dos bandidos
Os criminosos invadiram a região central em ao menos sete carros blindados e se dividiram. Enquanto um grupo atacava a Proforte, empresa de transporte de valores, outro atirava contra o batalhão. Dois veículos foram incendiados em frente à unidade para dificultar a saída dos policiais. Outros dois veículos foram queimados na rodovia BR-277, que dá acesso à cidade, segundo o Corpo de Bombeiros.
Moradores que estavam nas ruas foram tomados como reféns. Um grupo deles foi obrigado a formar um cordão humano para coibir a ação da polícia. Moradores relataram que os bandidos atiraram contra postes e transformadores de energia para deixar a cidade às escuras.
Conforme o comandante do 16º Batalhão, coronel Joas Marcos Carneiro Lins, a ação durou cerca de três horas e o alvo era a empresa Proforte, que não chegou a ser roubada. Segundo ele, os criminosos fugiram sem conseguir executar o assalto que tinham planejado. "Já tínhamos um plano de contingência, devido aos fatos que estavam ocorrendo em várias regiões do Estado. Assim que o ataque foi iniciado, conseguimos bloquear os acessos para as rodovias e eles fugiram para a área rural, onde ainda estão sendo procurados", disse.
O coronel afirma que houve dois confrontos com os criminosos em fuga e alguns deles podem ter sido feridos. Às 8h45, o cerco aos assaltantes continuava nas áreas rurais, com apoio da PM de cidades vizinhas. Viaturas do Exército também circulavam pela região, mas não havia informações sobre a prisão de suspeitos.
Novo cangaço
O episódio tem sido comparado ao mega-assalto a um banco de Criciúma, em Santa Catarina, quando cerca de 30 homens com fuzis bloquearam as ruas da cidade, fizeram reféns, incendiaram veículos e roubaram R$ 125 milhões. Esse crime ocorreu em novembro de 2020. Já em agosto do ano passado, um ataque a bancos em Araçatuba, no interior paulista, teve reféns amarrados em carros - usados pelos bandidos como "escudos humanos". A ação terminou com três mortos.
A ação de quadrilhas especializadas em grandes assaltos é conhecida nos meios policiais como "novo cangaço". O termo faz referência aos bandos itinerantes que atacavam quartéis e roubavam instituições financeiras em pequenas cidades do sertão nordestino, entre os séculos 19 e 20.
* Com informações do Estadão Conteúdo