PR: helicóptero jogou bomba nos manifestantes, diz deputado

Rasca Rodrigues afirmou que aeronave lançou bombas contra professores. Secretaria de Segurança Pública diz que aeronave não jogou bomba

30 abr 2015 - 12h10
(atualizado às 13h46)
Centro Cívico se transformou em praça de guerra
Centro Cívico se transformou em praça de guerra
Foto: Joka Madruga / Futura Press

A praça de guerra que se tornou o Centro Cívico de Curitiba, no Paraná, durante a manifestação de professores contra o projeto que altera o sistema previdenciário do Estado, na quarta-feira (29), foi classificada pelo deputado Rasca Rodrigues (PV) como um retorno à ditadura militar. O parlamentar afirmou que um helicóptero chegou a jogar bombas nos professores.

“O clima era total de guerra. Inclusive com a inovação de jogar bomba em manifestantes com helicóptero”, disse o deputado, que chegou a ser mordido por um cão da polícia enquanto tentava conter, junto com outros cinco deputados, os ataques durante o protesto.

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“Parecia ditatura militar. Parlamento fechado, repressão, policiais afastando o povo da Casa. Foi um absurdo, uma afronta à democracia. Um despreparo total da polícia ao reagir daquela forma extremamente truculenta”, afirmou.

Durante cerca de duas horas, os manifestantes enfrentaram balas de borrachas, bombas e spray de pimenta. O saldo foi de cerca de 200 feridos sendo atendidos em ambulâncias ou em três hospitais da cidade.

Deputado é atacado por cão da PM em manifestação no PR
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Para o deputado, os ataques foram desnecessários. “Foi o dia em que o filho, de forma covarde e brutal, bateu na mãe. Por que essa ação em cima dos professores do Estado, defendendo um fundo deles, uma aposentadoria, o próprio futuro? Faltou entendimento por parte do governo de que lá fora não estavam bandidos, não estavam marginais. Estavam aqueles que cuidam das nossas crianças”, ressaltou.

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O Terra entrou em contato com a Secretária de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná que afirmou que o helicóptero “estava fazendo um monitoramento no local para o caso de ser necessário fazer uma atuação”. Contudo, a secretaria ressaltou que “em momento algum o helicóptero atirou bombas”.

Deputado rebate declaração do governador

Após o cerco da PM aos manifestantes, o governador Beto Richa (PSDB) afirmou que a violência partiu de vândalos infiltrados no movimento dos professores, alegando que “os policiais ficaram parados protegendo o prédio público”. “Na medida em que os manifestantes avançam, os policiais têm que reagir, e temos imagens que mostram pessoas infiltradas, que que não são do movimento dos professores, que radicalizaram, criaram arruaça e promoviam o confronto e a depredação do patrimônio público”, justificou o governador.

O deputado rebateu o governador, dizendo que a declaração foi “extremamente fora da realidade”. “Dizer que manifestantes com pedras e paus enfrentam um aparato de quase dois mil policiais, dos mais violentos do Estado, que é o Bope, com cães, balas de borrachas, pimentas? É só alguém desesperado, fora da sanidade mental pra fazer esse enfrentamento”, afirmou.

Rasca Rodrigues acredita que as batalhas não devem se repetir nesta quinta-feira, afirmando que os manifestantes recuaram e não há mais nenhuma barraca na frente da assembleia. Contudo, Rodrigues destaca que a greve deve continuar.

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Fonte: Terra
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