Dilma marca reunião emergencial com ministros nesta sexta

20 jun 2013 - 23h44
(atualizado em 21/6/2013 às 08h23)
Polícia dispersa multidão que tenta invadir Palácio do Itamaraty em Brasília; grupo ocupou a rampa.
Polícia dispersa multidão que tenta invadir Palácio do Itamaraty em Brasília; grupo ocupou a rampa.
Foto: Reprodução

A presidente Dilma Rousseff não se pronunciou na noite de quinta-feira sobre a onda de manifestações em várias cidades do Brasil. Ela deixou o Palácio do Planalto por volta das 20h30 e hoje tem uma reunião emergencial com vários ministros do seu governo.

Eles vão fazer um balanço das manifestações, mas ainda não está previsto que devem se manifestar. Um pronunciamento da presidente Dilma será estudado, mas não é garantido.

Publicidade

Vandalismo no Itamaraty

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, retornou ao Palácio Itamaraty na noite desta quinta-feira para redigir uma declaração condenando os atos de vandalismo no edifício sede da diplomacia brasileira. O Itamaraty sofreu tentativa de invasão, mas manifestantes foram contidos pela Polícia Militar. No balanço final, 25 vidros do palácio foram quebrados.

Os funcionários do Ministério de Relações Exteriores já haviam encerrado o expediente no momento da tentativa de invasão ao Itamaraty. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, estavam apenas funcionários da segurança.

Publicidade

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

Publicidade

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações