Djidja Cardoso: o que se sabe sobre a morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido

A morte da empresária pode estar relacionada com a prisão de familiares e uma seita que promovia o uso de drogas

31 mai 2024 - 18h53
Foto: Reprodução/Instagram/@djidjacardoso

Djidja Cardoso, de 32 anos, empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido, foi encontrada morta em casa na manhã de terça-feira, 28, em Manaus (AM). A informação foi confirmada pela família e a causa da morte não foi informada. Mas o que já foi revelado sobre o caso, que envolve prisão de familiares e uma seita que promovia o uso de drogas?

Quem é Djidja Cardoso ?

Nascida no Amazonas, ela se apresentou pelo Boi Garantido entre os anos de 2015 e 2020. Em 2021, Djidja foi convidada para participar do reallity show A Bordo, da TV A Crítica. O programa é um concurso de beleza que confina mulheres em um barco em Manaus. Vitoriosa em sua edição, Djidja conquistou o título de Rainha do Peladão e o prêmio de R$ 30 mil. No passado, sua mãe também já tinha vencido o concurso.

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Depois desse período, se tornou empresária, abriu uma rede de salões de beleza e começou a prosperar nos negócios. Em meio a isso, se dedicava à criação de conteúdo digital. Nas redes sociais, onde tem mais de 76 mil seguidores, ela compartilhava dicas de beleza, de saúde, sua vida pessoal e rotina de treinos.

Até que, no último dia 28, ela foi encpntrada morta em sua casa. De acordo com fonte da rede Amazônica, que preferiu não se identificar, parentes resolveram ir à casa de Djidja após não conseguir contato com ela por telefone. Lá, encontraram o corpo da empresária na cama.

Djidja com suas cobras | Djidja representando pelo Boi Garantido
Foto: @instagram

Sua morte tem relação com uma seita?

Segundo a Polícia Civil, ainda não é possível estabelecer se houve homicídio no caso de Djidja. Mas há, sim, suspeita de que ela tenha tido uma overdose pelo uso indiscriminado de ketamina -- substância que é um analgésico usado como droga recreativa.

Em torno dessa substância, a polícia prendeu o irmão e a mãe da ex-sinhazinha, Ademar Farias Cardoso Neto e Cleusimar Cardoso Rodrigues, como suspeitos pela crianção uma seita religiosa intitulada de "Pai, Mãe, Vida", que incentivava, promovia e distribuía essa mesma droga. Eles foram presos nesta quinta-feira, 30.

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Alem deles, foram presas Verônica da Costa Seixas, 30, e Claudiele Santos da Silva, 33, funcionárias do salão de beleza mantido pela família de Djidja. Elas seriam responsáveis por induzir outros colaboradores e pessoas próximas à família a se associarem à seita, onde drogas de uso veterinário eram utilizadas.

Foi a morte de Djidja que deu início à investigação?

Não. De acordo com autoridades policiais, há aproximadamente 40 dias, antes da morte da ex-sinhazinha, foi identificado que o grupo coletava a droga ketamina em clínicas veterinárias e realizava a distribuição do fármaco entre os funcionários da rede de salões de beleza da família Cardoso.

“Ao longo das investigações, tomamos conhecimento de que Ademar também foi responsável pelo aborto de uma ex-companheira sua, que era obrigada a usar a droga e sofria abuso sexual quando estava fora de si. A partir desse ponto, as diligências se intensificaram e identificamos uma clínica veterinária que fornecia medicamentos altamente perigosos para o grupo da seita”, disse Cícero Túlio, delegado à frente do caso.

Em coletiva, ele acrescentou que outras duas já relataram situação de estupro, tendo sido dopadas durante o ato sexual. "Algumas delas permaneceram despidas por vários dias sem sequer tomar banho, numa situação de cárcere privado. Inclusive no momento em que adentramos naquela residência [onde foram feitas as prisões] o cheiro de podridão era muito forte. Isso tudo é objeto do relatório de investigação", afirmou o delegado.

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Durante buscas realizadas na tarde de quinta-feira, 30, e na manhã desta sexta-feira, 31, a Polícia Civil do Amazonas apreendeu centenas de seringas, produtos destinados a acesso venoso, agulhas e ketamina, além de aparelhos celulares, documentos e computadores na residência da família e no salão de beleza e em uma clínica veterinária. 

O grupo responderá por tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, colocação em perigo da saúde ou da vida de outrem, falsificação, corrupção, adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais, aborto provocado sem consentimento da gestante, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal. Eles serão submetidos a audiência de custódia e permanecerão à disposição da Justiça.

Djidja trajada como Rainha do Peladão
Foto: @instagram

Então, são quantas investigações em torno do caso?

Em paralelo, estão ocorrendo duas investigações. A primeira, relacionada à suposta seita e o tráfico de drogas, é conduzida pelo 1º Distrito Integrado de Polícia do Amazonas. Já a causa da morte de Dilemar Cardoso Carlos da Silva, 32 anos, conhecida como “Djidja Cardoso”, está sendo conduzida pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

Fonte: Redação Terra
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