Documento entregue por um ex-executivo da empresa francesa Alstom ao Ministério Público paulista (MP-SP) aponta que o então secretário de Energia de São Paulo, João Oswaldo Leiva, pediu propina de 10% à multinacional em 1989 - nove anos antes de estatais paulistas assinarem um contrato de R$ 263 milhões com a companhia - para que um negócio fosse fechado. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A Alstom é suspeita de ter pagado propina a políticos e servidores públicos de São Paulo para fechar contratos de fornecimento de subestações de energia elétrica com a Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE) e a Eletropaulo. Apesar de negociações ocorrerem desde 1989, o negócio só foi concretizado em 1998, no governo de Mário Covas (PSDB).
Segundo o jornal, o documento entregue pelo executivo aponta as iniciais J.L. De acordo com a testemunha, as letras significam o nome do então secretário do governo de Orestes Quércia (PMDB). Leiva morreu em 2000.
Apesar do suposto pedido, a propina não teria sido paga, de acordo com o executivo, porque o negócio não foi concretizado.
A Alstom afirmou que não permite pagamentos ilícitos e sobrepreço, e que segue um rígido código de ética e colabora com as investigações no Brasil.