A Polícia Federal (PF) prendeu duas pessoas nesta sexta-feira, 14, em uma operação que investiga um suposto esquema para desvio de verbas decorrentes do Orçamento Secreto no Maranhão.
A Operação Quebra Ossos, deflagrada em conjunto com a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Federal, apura denúncias de que um grupo era responsável por inserir dados falsos em sistemas do Sistema Unificado de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde, para receber os repasses federais.
Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, além dos dois mandados de prisão temporária, nos municípios de Igarapé Grande (MA), Lago do Junco (MA), Lago dos Rodrigues (MA), Caxias (MA), Timon (MA), Parnaíba (PI) e Teresina (PI). Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Bacabal (MA).
Segundo as investigações, a cidade de Igarapé Grande (MA) teria informado, em 2020, a realização de mais de 12,7 mil radiografias de dedo. Porém, a população total do município não supera os 11,5 mil habitantes. O fato resultou na elevação do teto para o repasse de recursos que financiam ações e serviços de saúde no ano subsequente (2021). O esquema já havia sido revelado em uma matéria da revista Piauí, em julho deste ano.
As duas pessoas presas na operação são os responsáveis pela inserção de dados falsos nos sistemas do SUS para desviar o dinheiro público, de acordo com a PF. Os alvos são suspeitos de realizarem a prática ilegal em vários municípios maranhenses desde 2018.
Ainda conforme a PF, as empresas investigadas ocupam posições de destaque no "ranking" das empresas que mais receberam recursos públicos da saúde no período de 2019 a 2022 no Maranhão. Uma delas recebeu quase R$ 52 milhões.
Além dos mandados de busca e apreensão e das prisões, a operação determinou o afastamento de servidores dos cargos públicos e a suspensão do direito dos empresários e empresas investigadas de participarem de licitações e de contratarem com órgãos públicos.