Droga que pode ter matado Djidja é a mesma da overdose de ator de 'Friends'

Ex-sinhazinha do Boi Garantido usava drogas alucinógenas, como a quetamina; ela foi encontrada morta aos 32 anos na semana passada

4 jun 2024 - 15h16
Droga que pode ter matado Djidja é a mesma da overdose de ator de 'Friends'
Droga que pode ter matado Djidja é a mesma da overdose de ator de 'Friends'
Foto: Reprodução/Instagram/@djidjacardoso/Divulgação NBC

Na última semana, Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, morreu aos 32 anos, em Manaus. Segundo o delegado responsável pelo caso, Cícero Túlio, ao jornal O Globo, a morte por overdose é a principal hipótese da investigação. Djidja usava quetamina – substância analgésica usada como droga recreativa. Essa é a mesma substância da overdose do ator, Matthew Perry, que interpretou Chandler em Friends e morreu em outubro do ano passado.

Conforme o laudo preliminar, obtido pela Rede Amazônica, a morte da ex-sinhazinha foi provocada por "depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares; congestão e edema cerebral de causa indeterminada".

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De acordo com o delegado ao O Globo, a morte por depressão respiratória é justamente um dos efeitos da droga. O laudo, no entanto, não explica o que teria provocado essa condição em Djidja. Já no caso de Matthew Perry, "efeitos agudos da quetamina" foram apontados como causa da morte. A informação foi revelada pelo Gabinete Médico do Condado de Los Angeles em 15 de dezembro.

Segundo o laudo da autópsia obtido pela revista People, a morte de Perry ocorreu por "via desconhecida de ingestão de drogas". Ele foi encontrado "em uma piscina residencial". O ator foi encontrado morto aos 54 anos em sua casa em Los Angeles em 28 de outubro.

Entenda o caso

A empresária Djidja Cardoso foi encontrada morta em casa na manhã de terça-feira, 28, em Manaus (AM). A seguir, saiba o que já foi revelado sobre o caso, que envolve prisão de familiares e uma seita que promovia o uso de drogas:

Quem é Djidja Cardoso?

Nascida no Amazonas, ela se apresentou pelo Boi Garantido entre os anos de 2015 e 2020. Em 2021, Djidja foi convidada para participar do reality show A Bordo, da TV A Crítica. O programa é um concurso de beleza que confina mulheres em um barco em Manaus. Vitoriosa em sua edição, Djidja conquistou o título de Rainha do Peladão e o prêmio de R$ 30 mil. No passado, sua mãe também já tinha vencido o concurso.

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Depois desse período, se tornou empresária, abriu uma rede de salões de beleza e começou a prosperar nos negócios. Em meio a isso, se dedicava à criação de conteúdo digital. Nas redes sociais, onde tem mais de 76 mil seguidores, ela compartilhava dicas de beleza, de saúde, sua vida pessoal e rotina de treinos.

Até que, em 28 de maio, ela foi encontrada morta em sua casa. De acordo com fonte da Rede Amazônica, que preferiu não se identificar, parentes resolveram ir à casa de Djidja após não conseguir contato com ela por telefone. Lá, encontraram o corpo da empresária na cama.

Boi Garantido vai a velório de ex-sinhazinha Djidja Cardoso; veja vídeo
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Sua morte tem relação com uma seita?

Segundo a Polícia Civil, ainda não é possível estabelecer se houve homicídio no caso de Djidja. Mas há, sim, suspeita de que ela tenha tido uma overdose pelo uso indiscriminado de quetamina.

A polícia prendeu o irmão e a mãe da ex-sinhazinha, Ademar Farias Cardoso Neto e Cleusimar Cardoso Rodrigues, por suspeita de tráfico de drogas e associação ao tráfico e pela criação de uma seita religiosa intitulada de "Pai, Mãe, Vida", que incentivava, promovia e distribuía essa mesma droga. Eles foram presos na quinta-feira, 30. Segundo a polícia, o local onde eles viviam também era usado para manter vítimas em cárcere privado e tinha 'cheiro de podridão'.

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Ademar também foi alvo de um mandado por estupro. Em coletiva, o delegado Cícero Túlio explicou que testemunhas relataram fatos criminosos que indicam a possibilidade prática de estupro de vulnerável.

"Duas pessoas relataram essa situação do estupro, principalmente por terem sido dopadas durante o ato sexual e não se lembrarem nada sobre aquilo. Algumas delas permaneceram despidas por vários dias sem sequer tomar banho, numa situação de cárcere privado. Inclusive no momento em que adentramos naquela residência [onde foram feitas as prisões] o cheiro de podridão era muito forte. Isso tudo é objeto do relatório de investigação", complementou.

Além deles, foram presas Verônica da Costa Seixas, 30, e Claudiele Santos da Silva, 33, funcionárias do salão de beleza mantido pela família de Djidja. Elas seriam responsáveis por induzir outros colaboradores e pessoas próximas à família a se associarem à seita, onde drogas de uso veterinário eram utilizadas.

Segundo O Globo, as advogadas de Ademar e Cleusimar negaram que a família tenha formado uma seita ou feito rituais com uso de drogas. A defesa afirma que os envolvidos se tornaram dependentes químicos nos últimos meses.

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Foi a morte de Djidja que deu início à investigação?

Não. De acordo com autoridades policiais, há aproximadamente 40 dias, antes da morte da ex-sinhazinha, foi identificado que o grupo coletava a droga quetamina em clínicas veterinárias e realizava a distribuição do fármaco entre os funcionários da rede de salões de beleza da família Cardoso.

"Ao longo das investigações, tomamos conhecimento de que Ademar também foi responsável pelo aborto de uma ex-companheira sua, que era obrigada a usar a droga e sofria abuso sexual quando estava fora de si. A partir desse ponto, as diligências se intensificaram e identificamos uma clínica veterinária que fornecia medicamentos altamente perigosos para o grupo da seita", disse o delegado Cícero Túlio. Em coletiva, ele acrescentou que outras duas já relataram situação de estupro, tendo sido dopadas durante o ato sexual. 

Durante buscas realizadas na tarde de quinta-feira, 30, e na manhã desta sexta-feira, 31, a Polícia Civil do Amazonas apreendeu centenas de seringas, produtos destinados a acesso venoso, agulhas e quetamina, além de aparelhos celulares, documentos e computadores na residência da família e no salão de beleza e em uma clínica veterinária. 

O grupo responderá por tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, colocação em perigo da saúde ou da vida de outrem, falsificação, corrupção, adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais, aborto provocado sem consentimento da gestante, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal. Eles serão submetidos a audiência de custódia e permanecerão à disposição da Justiça.

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Na casa, foram apreendidas centenas de seringas, produtos destinados a acesso venoso, agulhas e, também, ketamina
Foto: Reprodução/PC-AM/Erlon Rodrigues

Então, são quantas investigações em torno do caso?

Em paralelo, estão ocorrendo duas investigações. A primeira, relacionada à suposta seita e o tráfico de drogas, é conduzida pelo 1º Distrito Integrado de Polícia do Amazonas. Já a causa da morte de Dilemar Cardoso Carlos da Silva, 32 anos, conhecida como "Djidja Cardoso", está sendo conduzida pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

Fonte: Redação Terra
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