'Ela pedia socorro desesperada', diz testemunha sobre idosa morta em enchente

Funcionária de prédio em Moema (SP) revelou que moradores tiveram dificuldades para chegar até o veículo da mulher de 88 anos

9 mar 2023 - 13h28
(atualizado às 13h52)
Carro de idosa que morreu após temporal em Moema, na zona sul de São Paulo.
Carro de idosa que morreu após temporal em Moema, na zona sul de São Paulo.
Foto: Leonardo Mendes/Estadão / Estadão

morte de uma idosa de 88 anos em Moema, na zona sul de São Paulo, deixou assustados moradores e trabalhadores da região. A vítima teve uma parada cardiorrespiratória após o carro em que estava ficar submerso por causa das fortes chuvas que atingiram o bairro. 

A tragédia ocorreu nesta quarta-feira, 8, quase no cruzamento entre a Rua Gaivota e a Avenida Ibijaú. A mulher não teve a identidade revelada pelas autoridades. Conforme balanço divulgado pelo Corpo de Bombeiros, houve ao menos 13 desabamentos, 66 árvores caídas e 61 enchentes na capital paulista nesta quarta.

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A porteira Neide Leal, de 43 anos, estava em um prédio em frente ao ocorrido quando a água começou a subir, por volta de 17h. "Nós já estamos até acostumados, sempre alaga por aqui quando chove muito", diz. Ela conta já ter até ajudado a tirar motoristas de carros em outras ocasiões. "Dessa vez, subiu muito rápido."

Com a enchente, dois carros que tentaram passar pela Rua Gaivota ficaram presos na enxurrada. O motorista de um dos veículos, que não foi retirado da via até agora, conseguiu escapar. "A gente achou que quem estava no outro carro, também. Mas quando a água começou a descer, a gente viu uma senhora desesperada pedindo socorro."

Sem conseguir chegar até o veículo, os moradores ligaram para o Corpo de Bombeiros por diversas vezes, mas reclamam que eles teriam demorado cerca de 30 minutos para chegar. "Foram os moradores da região mesmo que tiraram a senhora do carro quando a água baixou mais, mas ela parecia já não ter vida", diz Neide, emocionada.

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Para não deixar o corpo exposto na calçada, ela buscou uma manta que usava para dormir e cobriu a vítima. Os bombeiros, segundo conta, chegaram pouco depois. "Foi uma situação muito triste, nunca vou esquecer." O Estadão entrou contato com o Corpo de Bombeiros e aguarda posicionamento sobre o caso.

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