Em assembleia realizada na noite desta terça-feira, 3, o Sindicato dos Metroviários decidiu encerrar a greve do Metrô de São Paulo. As linhas de trem e metrô voltam a funcionar normalmente nesta quarta-feira, 4.
A votação contou com a participação de mais 2.900 trabalhadores. Destes, 79% votaram pelo encerramento da greve, enquanto 19% quiseram continuar o movimento. E 1.161, cerca de 39%, votaram para que não houvesse novos movimentos na semana que vem.
O grupo considerou exitosa a greve unificada desta terça, que contou também com a participação dos ferroviários da CPTM e dos trabalhadores da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). "A nossa avaliação é de que a população apoiou a nossa luta e apoiou o combate às privatizações", disse Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários.
Apesar da maioria ter escolhido não continuar os movimentos grevistas, Camila se mostrou otimista no que chamou de "luta contra a terceirização e privatização".
No início da votação, ela rebateu as falas do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disse que seu plano de privatização havia sido aprovado nas urnas. "Isso não é verdade, porque ano passado, ele chegou a dizer que cancelaria os contratos de concessão com as linhas 8 e 9 caso os problemas continuassem", afirmou a presidente, se referindo às falhas nas linhas privatizadas.
A CPTM e a Sabesp também não devem realizar novos atos de paralisação, já que a ação estava prevista apenas para esta terça.
Tarcísio reforça privatização
Apesar do apelo dos grevistas, o governador Tarcísio se manteve firme na defesa pela privatização ao longo do dia e reforçou que vai manter a agenda prometida durante a campanha eleitoral. Ele chamou o movimento dos trabalhadores de "ilegal", "abusiva" e "política".
Em entrevista à imprensa na manhã desta terça, o governador chegou a elogiar a operação nas linhas privatizadas. Horas depois, porém, uma pane na Linha 9 - Esmeralda, gerida pela Via Mobilidade, gerou combustível para os opositores ao gestor.