Em novo protesto contra passagens, marginal Pinheiros é fechada

Manifestantes ocuparam por 5 minutos uma pista da marginal e foram dispersos pela PM

8 jun 2013 - 18h40
(atualizado às 19h04)
<b>8 de junho</b> Um dos manifestantes acabou detido por desacato e foi liberado em seguida na tarde de sábado
8 de junho Um dos manifestantes acabou detido por desacato e foi liberado em seguida na tarde de sábado
Foto: Renato S. Cerqueira / Futura Press

Usando máscaras e carregando cartazes contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo, um grupo de manifestantes fechou por cinco minutos a pista local da marginal Pinheiros, sentido Castello Branco, na tarde deste sábado. Eles bloquearam o tráfego na região da estação Berrini da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e só deixaram o local porque foram dispersos pela Polícia Militar.

Publicidade

Um dos manifestantes acabou detido por desacato e foi liberado em seguida. O ato havia sido organizado pelos grupos Anonymous e Movimento Mudança Já, por meio das redes sociais. Na noite de sexta-feira, um protesto também foi registrado na avenida Paulista, altura do vão do Masp. O terceiro dia seguido de manifestações, ao contrário dos dois primeiros, não teve atos de vandalismo e violência. 

Na quinta-feira, 15 foram detidos após um confronto com policiais na Paulista. Eles fecharam a bifurcação entre as avenidas 23 de Maio e 9 de Julho, na região do Terminal Bandeira, centro da capital por volta das 19h, e interditaram as vias queimando caixotes e itens de sinalização de trânsito. Os manifestantes entraram no terminal e, de acordo com a PM, danificaram e picharam ônibus. A polícia então utilizou munições químicas, como gás lacrimogêneo, e balas de borracha.

Novos tumultos na sexta

Publicidade

Na noite de ontem, depois de um início relativamente tranquilo, a marcha teve um princípio de tumulto às 19h15, quando os manifestantes tentaram ocupar a pista expressa da Marginal Pinheiros, sentido Castello Branco. A Força Tática da Polícia Militar respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e obrigou o grupo a ocupar apenas a pista local da via, liberando a expressa para o tráfego de veículos.

8 de junho As tarifas de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no domingo e geraram novo protesto no sábado
Foto: Renato S. Cerqueira / Futura Press

Apesar dos ânimos acirrados, os cerca de 5 mil manifestantes não reagiram e não houve registro de confronto. O grupo seguia pela pista local, sentido Castello Branco, em direção à estação Butantã da Linha 4-Amarela do Metrô, mas, após o tumulto, decidiu retornar ao largo da Batata, deixando a marginal por volta das 19h30. Ao menos uma pessoa ficou ferida - uma fotógrafa teve o rosto atingido por estilhaços.

Logo em seguida, a PM arremessou novas bombas de gás lacrimogêneo contra a multidão, desta vez na avenida Professor Frederico Herrmann Junior, próximo ao prédio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Segundo a PM, o objetivo dos disparos foi dispersar o grupo e obrigá-lo a seguir pela rua Vupabussu, que concentra menor movimento de veículos.

Às 19h50, a multidão ingressava na avenida Brigadeiro Faria Lima, se encaminhando para o final do ato. Alguns estudantes carregavam frascos de vinagre. Segundo o grupo, o produto, quando inalado, ajuda a minimizar os efeitos das bombas de gás lacrimogêneo. Outros manifestantes iam além e usavam máscaras com filtros para respirar em meio à fumaça. Às 20h, a passeata chegou ao fim, após uma hora e meia de protestos.

Publicidade

Aumento de tarifa

As tarifas de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no domingo. A prefeitura informou que a proposta de reajuste, de 6,67%, foi enviada em 22 de maio à Câmara de Vereadores. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011.

Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota. A previsão é que haja pagamento de R$ 1,25 bilhão em subsídios ao sistema de ônibus em 2013.

A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) também alegou que o reajuste é menor que a inflação no período de janeiro de 2012 a maio de 2013, que foi de 7,2%. "Ao comprar uma passagem no Metrô, o passageiro tem acesso aos 74,3 quilômetros da malha metroviária e aos 260 quilômetros da rede ferroviária da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos)", disse a empresa em nota.

Publicidade

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou, junto com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que o preço abaixo da previsão é um esforço feito para colaborar com o governo federal, que enfrenta dificuldades para manter a inflação no teto da meta estabelecida (6,5%).

Ele também havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para as passagens de ônibus, trem e metrô. O decreto foi publicado na semana passada, mas não houve manifestação da administração municipal.

Fonte: Terra
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações