Em novo protesto contra tarifas, prédio da Assembleia do RJ é pichado

Estudantes iniciam protestos contra nova tarifa de ônibus com xingamentos aos profissionais da TV Globo

13 jun 2013 - 17h45
(atualizado em 14/6/2013 às 00h35)

Manifestantes e simpatizantes do Movimento Passe Livre (MPL), no Rio de Janeiro, cercaram o prédio da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) por volta das 20h desta quinta-feira, em mais um dia de protestos contra o aumento da tarifa de ônibus implementado pela prefeitura do Rio. Os manifestantes picharam palavras de ordem na fachada do prédio. Uma das mensagens dizia: "Nem a sua mãe vale R$ 2,95, Cabral", citando diretamente o governador do Estado, Sérgio Cabral.

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A avenida Antônio Carlos, onde fica a Alerj, foi interditada totalmente. Em meio à confusão, um manifestante foi atingido na testa por uma pedra lançada por alguém do próprio grupo. Ele foi socorrido por policiais militares e retirado do local. Também houve registro de pichações em muros e prédios da rua Almirante Barroso.

Os manifestantes invadiram por volta das 18h a avenida Presidente Vargas, no centro da cidade, onde bloquearam a pista sentido ponte Rio-Niterói, na altura da Igreja da Candelária. Logo em seguida, os manifestantes seguiram pela avenida Rio Branco, em direção à Cinelândia. Devido à manifestação, a Polícia Militar, a Guarda Municipal e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) interditaram totalmente a via, na altura da Presidente Vargas. A via foi parcialmente liberada por volta das 20h.

O Comando da Polícia Militar estima em 2 mil pessoas o número de participantes no movimento. Uma rápida observação do ato, porém, aponta que havia ao menos o triplo do estimado pela polícia. Às 21h, a multidão foi dispersada, encerrando a manifestação. Parte do grupo, em número muito menor, seguiu a pé até a estação Central do Brasil.

No caminho, o grupo quebrou fachadas de lojas e agências bancárias e queimou lixo na avenida Presidente Vargas. O Hotel Windsor Guanabara teve janelas quebradas. Um coquetel molotov foi jogado próximo à entrada, mas não estorou.

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Um edifício ao lado do hotel também teve a porta de entrada destruída. "Eles jogaram coquetel apagado aqui, quebraram a porta de entrada e só deu tempo de se esquivar para me proteger", disse o vigia Edinaldo da Silva. O Batalhão de Choque se posicionou na avenida Presidente Vargas, que está interditada nos dois sentidos.

A Polícia Militar informou que 18 pessoas foram detidas na manifestação de hoje. Todas foram levadas para a 5ª Delegacia Policial, no centro, onde seria levantada a situação de cada uma nas depredações ocorridas em pontos de ônibus, nas caixas coletoras de lixo e nas pichações após o término do protesto.

O integrante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Rio de Janeiro, Rodrigo Mondego, que acompanhou a manifestação, esteve na delegacia para verificar se os direitos humanos dos detidos estavam sendo respeitados.

Imprensa hostilizada

O valor da passagem passou de R$ 2,75 para R$ 2,95. Na última terça-feira, a manifestação terminou em confusão com policiais e estudantes feridos, além de um saldo de 31 manifestantes presos.

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Contrários à forma como a TV Globo vem cobrindo o movimento, bastante forte também em São Paulo, os membros do movimento hostilizam os profissionais da emissora que cobrem o ato desta quinta-feira. "Ei, Globo, vai tomar no c...", gritavam, enquanto uma repórter da Globo realizava uma entrevista. A mesma raiva foi dirigida ao comentarista global Arnaldo Jabor, que criticou veementemente o movimento em recente comentário no Jornal da Globo.

"Vem, vem para rua, vem contra o aumento..." e "O povo na rua, Cabral a culpa é sua" eram alguns dos cantos gritados pelos manifestantes, em meio a críticas expressas ao prefeito Eduardo Paes. Com os rostos cobertos com máscaras, dois integrantes do Movimento Anonymous Brasil, que declaradamente invadiu alguns sites do governo, declararam apoio in loco ao movimento. "O que os veículos de imprensa deixam de lado nós estamos fazendo pela sociedade."

Existe o temor por parte dos manifestantes, receosos com a violência do que consideram "atos isolados" e com o que chamam de truculência por parte da Polícia Militar. "A gente tem medo de ser preso, de apanhar, claro que temos. Mas nossa vontade de mudar as coisas é muito maior", destacou o estudante Iam Cardoso, 18 anos.

A também estudante Natally Drumond afirmou que "na terça-feira ocorreram casos isolados de vandalismo que a gente lamenta, mas o nosso movimento é muito mais forte do que isso. Estamos convictos de que o que ocorreu em Goiânia e Porto Alegre, que conseguiram deter o aumento, também pode acontecer aqui", assinalou.

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Com informações da Agência Brasil

Fonte: Terra
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