O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, defendeu nesta quinta-feira (24), em Paris, a necessária transformação das cidades do século XXI para facilitar a participação cidadã, o desenvolvimento sustentável e a integração.
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Ao lado da prefeita da capital francesa, Anne Hidalgo, Haddad participou de um encontro com alunos da Faculdade de Ciências Políticas (SciencesPo) por ocasião da apresentação do projeto "École Urbaine, Reinventer a Ville", destinado a estudantes de todas as partes do mundo para pesquisar sobre questões de urbanismo e novos modelos de cidade.
O petista, que antes de ocupar a prefeitura de São Paulo fez parte do governo de Dilma Rousseff como ministro da Educação, afirmou que "é mais difícil governar uma cidade que um Estado" e destacou a importância de dar prioridade às necessidades dos cidadãos.
"No Brasil existe uma luta para amplificar o poder local", destacou Haddad, ao mesmo tempo em que sustentou que "a cidade produz constantemente um contrapoder".
Sobre a questão ambiental, Anne Hidalgo se referiu aos desafios de Paris - capital europeia que acolhe em dezembro a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (COP21) - e destacou a necessidade de pactuar políticas com outras grandes cidades do mundo, e "com as da periferia, que agora têm verdadeiro poder".
No colóquio também houve espaço para temas como a especulação imobiliária, fenômeno que ambos prefeitos concordaram em que "é preciso enfrentar, especialmente quando as empresas tentam ocupar espaços públicos", e a necessidade de regular novos modelos de "economia colaborativa", com iniciativas polêmicas como o Uber.
"Considero que ambos modelos são compatíveis, tanto a participação do Estado no modelo de transporte que em São Paulo é conjunto: público em associação com empresa privada, como as novas iniciativas", opinou Haddad.
Por sua parte, Hidalgo explicou que a prefeitura de Paris está aberta a buscar soluções falando com todos os agentes envolvidos no transporte e é "partidária de realizar uma regularização, sobretudo dando prioridade à segurança dos usuários".