Enfermeira suspeita de deixar pacientes deformadas usava a mesma seringa, diz delegada

A Polícia Civil investiga a enfermeira Marcilane da Silva Espíndola, que atuava como dermatologista sem ter formação

12 ago 2023 - 17h09
(atualizado às 17h41)
Foto: Divulgação/Policia Civil

Suspeita de exercer de forma ilegal a medicina e deixar pacientes com corpos deformados depois de procedimentos estéticos, a enfermeira Marcilane da Silva Espíndola usava uma mesma seringa em vários clientes, de acordo Luiza Veneranda, a delegada do caso. 

"Nós ouvimos uma testemunha que chegou a trabalhar com a profissional. E essa testemunha falou que ela não tinha condições de higiene, não usava luvas, não usava a roupa adequada, não se usava touca. Ela chegou a afirmar que a investigada, muitas vezes, se valia de uma seringa que ela aplicava em uma pessoa, lavava com água da torneira e usava outro paciente", relatou a delegada.

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De acordo com o Jornal de Anhanguera, da TV Globo, a defesa de Marcilane afirmou que a profissional se colocou à disposição da Justiça para colaborar com as investigações

A mulher prestou depoimento na última quinta-feira, 10: “Ela contou a versão dela, não ficou em silêncio e explicou todos os detalhes”, relata o advogado Caio Fernandes, que ainda revelou que não há ordem de prisão contra sua cliente. 

A investigação começou no fim de julho, apos denúncias de pacientes, que relataram complicações após os procedimentos. Sete vítimas foram identificadas pela polícia, sendo que todas alegam problemas de saúde após as intervenções estéticas. Cinco delas precisaram ser hospitalizadas e uma está internada em estado grave.

Sem formação na área

Marcilane é enfermeira, mas começou a divulgar procedimentos nas redes sociais, afirmando ser pós-graduada em dermatologia estética. Ela ofereceria os serviços de: preenchimento labial, no nariz, lipo de papada, bronzeamento e até cursos ensinando as técnicas. Mas, em depoimento à polícia, ela admitiu que não concluiu o curso.

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"Ela falou que não completou uma matéria [ do curso de pós-gradução ]. Ou seja, ela não é formada ainda na especialização estética e, acredito eu, que sequer poderia fazer determinados procedimentos”, avalia a delegada.

Em nota, o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) informou que processo ético disciplinar para apuração da conduta da profissional. 

Nota do Coren-GO

O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) esclarece sobre a investigação conduzida pela polícia civil que culminou na deflagração da operação Salus na qual investiga a profissional de enfermagem suspeita de realizar procedimentos estéticos que resultaram em lesões corporais em pelo menos 07 pacientes.

O Coren-GO informa que ao tomar conhecimento da denúncia, instaurou um Processo Ético Disciplinar para apuração da conduta da profissional.

Informamos que de acordo com Art. 23, da Resolução Cofen Nº 706/2022, que Aprova o Código de Processo Ético do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, “Os atos do processo serão realizados em caráter reservado e sigiloso.

O referido Conselho não vai medir esforços e informações para apurar o caso na esfera profissional e Ética, juntamente com a Polícia Civil, para assim dirimir as providências cabíveis nos âmbitos administrativo e criminal.

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Fonte: Redação Terra
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