Entenda o assassinato de empresário ligado ao PCC no Aeroporto de Guarulhos

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, delator do PCC, foi morto a tiros em atentado na última sexta-feira

10 nov 2024 - 11h30
(atualizado às 14h01)
Gritzbach voltava de viagem quando foi atacado a tiros no Aeroporto de Guarulhos.
Gritzbach voltava de viagem quando foi atacado a tiros no Aeroporto de Guarulhos.
Foto: Ítalo Lo Re/Estadão / Estadão

Na tarde de sexta-feira, 8 de novembro, um episódio violento chocou o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, delator ligado ao PCC, foi assassinado enquanto desembarcava. O ataque, que também vitimou um motorista de aplicativo e deixou outras pessoas feridas, levantou questões sobre retaliações e motivações criminosas.

Desembarque e início do ataque

Às 16h03, Gritzbach, acompanhado do filho e de um amigo, desembarcou no Terminal 2, sob proteção de seguranças particulares em uma Trailblazer. Assim que saiu do saguão, dois homens encapuzados e armados com fuzis surgiram, disparando contra ele. As imagens de segurança mostram passageiros em pânico, correndo com suas malas, e funcionários tentando se proteger.

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Primeiras consequências do tiroteio O empresário morreu no local. Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, motorista de aplicativo que estava próximo, também foi atingido e levado em estado crítico ao Hospital Geral de Guarulhos, mas não resistiu aos ferimentos.

Outros feridos incluíram Willian Sousa Santos, 39, funcionário de uma empresa terceirizada, com lesões na mão e ombro, e Samara Lima de Oliveira, 28, que sofreu um ferimento leve no abdômen e foi liberada após atendimento.

Fuga dos agressores

Perícia apontou que ao menos 27 tiros de fuzil foram disparados contra Antonio Vinicius Lopes Gritzbach; dez acertaram o empresário.
Foto: Ítalo Lo Re/Estadão / Estadão

Após a execução, os atiradores fugiram em um Gol preto, abandonado pouco depois nas proximidades do aeroporto. Dentro do veículo, foram encontrados munição de fuzil e um colete à prova de balas.

Investigação

A área foi isolada para perícia e os funcionários orientados a se afastar e evitar comentários sobre o ocorrido. O corpo de Gritzbach foi removido por volta das 21h, e a região foi liberada cinco horas depois, transferindo os desembarques para o andar superior até a conclusão dos trabalhos periciais.

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A namorada de Gritzbach, que estava presente, saiu do aeroporto antes da chegada das autoridades, acompanhada de um policial militar da escolta do empresário. Seu celular foi apreendido e ela foi ouvida pelas autoridades.

A Polícia Federal, em conjunto com a Polícia Civil por meio do DHPP, anunciou no sábado, 9, a abertura de uma investigação integrada sobre o homicídio.

Depoimentos e apreensões

Os quatro policiais militares que atuavam na escolta --Leandro Ortiz, 39, Adolfo Oliveira Chagas, 34, Jefferson Silva Marques de Sousa, 29, e Romarks César Ferreira de Lima, 35-- foram afastados de suas funções e tiveram seus celulares apreendidos para investigação.

Após uma denúncia anônima, a Polícia Militar encontrou dois fuzis com carregadores e uma pistola em uma mochila. Posteriormente, outras duas mochilas contendo mais um fuzil, sete carregadores e placas de identificação foram localizadas.

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Motivações e histórico

A polícia trabalha com a hipótese de que Gritzbach foi executado a mando do PCC, organização criminosa que ele havia delatado. Outras possibilidades, como queima de arquivo, também são consideradas, uma vez que ele firmou um acordo de delação premiada e tinha um histórico de atritos com agentes públicos, aos quais relatou ter pago propinas elevadas. No passado, Gritzbach escapou de um atentado no Natal de 2023, quando tiros foram disparados em sua direção em sua residência no Jardim Anália Franco, no Tatuapé.

Fonte: Redação Terra
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