Ex-prefeito de Petrópolis culpa burocracia por demora em projetos

O ex-prefeito de Petrópolis, Paulo Mustrangi (PT), afirmou nesta quinta-feira, em nota, que, durante sua gestão, realizou o estudo de riscos de deslizamentos do município. De acordo com Mustrangi, o estudo foi apresentado para o Ministério das Cidades e demorou para ser implementado por conta da burocracia, já que foram necessários três anos, segundo ele, até que o projeto fosse aprovado.

“Foram três longos anos de trabalho intenso para que o projeto fosse enquadrado nos requisitos apontados pela Caixa Econômica Federal. Estas exigências burocráticas fazem com que haja demora excessiva para que saiam do papel”, afirmou o petista, culpando a burocracia pela demora na execução do projeto.

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De acordo com a assessoria do ex-prefeito, em 2011 o Ministério das Cidades orientou o município para que fosse feito um convênio com o governo do Rio de Janeiro, que ficaria responsável pela execução das obras no Alto Independência. 

O atual prefeito da cidade, Rubens Bomtempo (PSB), afirmou, em suas entrevistas em meio ao processo de socorro às vítimas, que as ações para evitar novos desabamentos e a remoção de pessoas de áreas de risco são processos de longo prazo. 

Segundo ele, hoje a cidade tem cerca de 5 mil famílias vivendo em áreas de risco, mas apenas 164 serão realocadas no momento. "É obra para três anos, porque são áreas de difícil acesso e que envolve um processo social. Não é nada fácil", afirmou em entrevista Bomtempo, lembrando que assumiu há 75 dias a prefeitura da cidade.

Burocracia atrapalha

Em visita à cidade após os inúmeros estragos causados pela chuva, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, também apontou a burocracia como uma das responsáveis para retirada das pessoas de área de risco. 

Chuva causou mortes e estragos

A chuva em Petrópolis durou do fim da tarde de domingo até o início da tarde de segunda-feira. O índice pluviométrico do Quitandinha, chegou a 499 milímetros em 36 horas, o dobro do esperado para o mês inteiro. 

Segundo a Defesa Civil, 21 pontos de escorregamento ou alagamento foram registrados na cidade, que fica na região serrana do Rio de Janeiro.

Entre as vítimas fatais, estão dois membros da Defesa Civil municipal, Fernando Fernandes de Lima, 44 anos, e Paulo Roberto Filgueiras, 37, que atendiam uma ocorrência na localidade Espírito Santo, no Quitandinha, na noite de domingo, quando foram atingidos por um deslizamento.