Uma nova fase da Operação Capa Dura deflagrada na manhã desta terça-feira (12) mira quatro suspeitos de envolvimento de desvios de recursos de compras na Secretaria Municipal da Educação de Porto Alegre (Smed). Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos suspeitos, além da sede da Procuradoria-Geral do Município (PGM) e no prédio da prefeitura.
A Polícia Civil não revelou os nomes dos investigados, mas o Grupo RBS identificou os envolvidos: o ex-vereador Alexandre Bobadra (PL) e um ocupante de Cargo em Comissão na Procuradoria-Geral do Município (PGM) chamado Mateus Viegas Schonhofen. Outro ocupante de Cargo de Confiança (CC) na PGM, Reginaldo Bidigaray, e o advogado Maicon Callegaro Morais, que já atuou no Departamento Municipal de Habitação (Demhab) de Porto Alegre, são alvos de buscas e apreensões. Os suspeitos com funções públicas vão ser afastados por 180 dias.
Nesta fase da operação, as investigações focam no papel dos suspeitos em uma reunião de 2021 no gabinete do prefeito Sebastião Melo, onde teriam facilitado a inserção de um grupo econômico nas negociações com a prefeitura. Após tal encontro, esse grupo teria negociado a venda de 500 mil livros e laboratórios de ciências e matemática para a Smed, ao custo de R$ 43,2 milhões, com suspeitas de que agentes públicos teriam recebido vantagens indevidas.
Esta nova fase da operação, conduzida pela 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (1ª Decor) e batizada de Operação Prefácio, é mais um desdobramento da Operação Capa Dura, que apura fraudes licitatórias, lavagem de dinheiro, associação criminosa e corrupção no setor de educação de Porto Alegre. As investigações começaram após reportagens denunciarem o suposto desperdício de material escolar e direcionamento de compras da Smed para um grupo específico, envolvendo grandes aquisições de livros e laboratórios escolares.
