O exame de necropsia do soldado da Rota Patrick Bastos Reis, morto em Guarujá, no litoral paulista, no dia 27 de julho, constatou que a causa da morte do policial foi hemorragia interna aguda traumática devido a projetil de arma de fogo. A informação foi confirmada pelo delegado à frente do caso, Antônio Sucupira, em entrevista ao Terra.
Segundo aponta o laudo, a bala entrou entre o ombro e o braço esquerdo do soldado, e atravessou o tórax do policial, atingindo também os pulmões e a aorta ascendente do agente da Rota.
Reis era natural de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Ele pertencia ao 1º Batalhão de Polícia de Choque – Rota, e havia ingressado na Polícia Militar em 7 de dezembro de 2017.
O soldado deixa um filho de 3 anos, fruto de seu relacionamento com uma policial militar, mas os dois se separaram. Em dezembro de 2022, Patrick se casou com outra policial da PM. Desde o ano passado, os pais dele haviam se mudado para São Paulo para ficarem perto do filho.
Nesta terça-feira, 8, a Justiça aceitou nesta terça-feira, 8, a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado contra três homens acusados de envolvimento na morte do policial militar.
Dentre os acusados estão Erickson David da Silva, o 'Deivinho', apontado como integrante do PCC e autor do disparo que vitimou o soldado, o irmão dele, Kauã Jason da Silva, e Marco Antônio de Assis Silva, o 'Mazzaropi'. Todos negam envolvimento na morte do agente.
O crime desencadeou a 'Operação Escudo' na Baixada Santista e pelo menos 16 pessoas morreram desde o inicío da ação, realizada por policiais militares nas comunidades da região. Moradores têm denunciado abusos, execuções, e episódios de violência policial como retaliação.
A juíza Denise Gomes Bezerra Mota, da 1.ª Vara Criminal do Guarujá, decretou a prisão preventiva de Kauã e Erickson. Também manteve a prisão de Marco Antonio. A magistrada justificou que eles têm "estreita ligação" com a criminalidade e que o crime colocou em "desassossego a ordem pública" na cidade.
"Restou demonstrada nos autos a existência de uma associação armada que atuava na biqueira da Silveira, voltada para a prática dos crimes de tráfico de drogas, e que em razão da violência exacerbada empregada por essa associação criminosa a investigação teve dificuldades para encontrar testemunhas, de modo que a custódia cautelar dos acusados demonstra-se indispensável à conveniência da instrução criminal", escreveu.
As defesas têm dez dias para apresentar os primeiros argumentos. O caso deve ser julgado no Tribunal do Júri.
*Com informações do Estadão Conteúdo