O governo do Estado do Rio de Janeiro, em reunião em Brasília com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, da Defesa, Celso Amorim, além do general José Carlos de Nardi, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, anunciou nesta terça-feira que o Exército permanecerá no conjunto de favelas da Maré até junho de 2015.
O conjunto de 12 favelas na zona norte do Rio de Janeiro, ocupado pelos militares desde abril deste ano, receberá gradualmente novos policiais militares a partir de abril com a instalação progressiva de novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) – ainda não foi divulgado o número de PMs que atuarão na área, nem quantas unidades serão instaladas na região.
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, no entanto, estimou que um total de 1.400 homens devem atuar na refião. As Forças Armadas seguem com o mesmo efetivo empregado até março deste ano, um total de 2.500 homens, quando os PMs passarão a chegar à comunidade aos poucos, conforme já havia adiantado o secretario de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, em entrevista à rádio CBN.
O que ocorreu nesta terça-feira foi um acordo protocolar, uma vez que, a partir de janeiro, Jacques Wagner assume o ministério da Defesa e assinará o acordo formal com o governador do Rio. Esta não é a primeira ocasião em que o acordo de manutenção das Forças Armadas ocorre na Maré.
Inicialmente, os homens do Exército ficariam até junho deste ano – mas após este prazo houve autorização por parte do governo federal para que os militares permanecessem até outubro – quando ocorreu uma nova extensão deste prazo, válida até dezembro de 2014.
O complexo de favelas da Maré é um dos pontos mais complicados da violência no Rio de Janeiro – concentrando traficantes de duas facções rivais, além de uma área supostamente dominada por milicianos. No mês passado, o cabo do Exército Michel Augusto Mikami, 21, levou um tiro na cabeça numa ação de criminosos e não resistiu. Na mesma ocasião, um veículo blindado do Exército foi atacado e caiu num canal da localidade conhecida como Conjunto Esperança.