Facção negociou apoio político em troca de contratos públicos no RS, aponta operação

Ação conjunta do MPRS e Polícia Civil cumpre 41 mandados e apreende bens avaliados em milhões

18 dez 2024 - 10h15

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), em parceria com a Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), deflagrou nesta quarta-feira, 18 de dezembro, a "Operação Confraria". A investigação identificou um esquema em que uma facção criminosa teria negociado apoio político em troca de contratos fraudulentos com órgãos públicos no município de Parobé, no Vale do Paranhana.

Foto: MPRS / Porto Alegre 24 horas

Durante a operação, foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão, incluindo ações no Poder Executivo local, residências, escritórios e empresas. Documentos, equipamentos eletrônicos, 59 veículos e 33 imóveis foram apreendidos, além do bloqueio de bens e valores. As ordens judiciais foram emitidas pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).

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As investigações apontam que empresas fictícias ou sem estrutura, ligadas aos membros da facção, foram favorecidas em contratações públicas em troca de apoio eleitoral. O esquema também envolvia fraudes licitatórias, como dispensas irregulares de licitação e direcionamento de contratos, conectando três núcleos de pessoas e empresas relacionadas a agentes públicos. A prática incluía lavagem de dinheiro, com branqueamento de capitais provenientes do esquema criminoso.

A operação foi conduzida pela promotora de Justiça Letícia Elsner Pacheco e pelo delegado Filipe Bringhenti, sob a supervisão do procurador de Justiça Fábio Costa Pereira e do delegado Cassiano Cabral. Participaram ainda outras autoridades, como as promotoras Karina Bussmann e Mariana de Azambuja Pires, e o promotor Heitor Stolf Junior, além de delegados e policiais do DEIC. Ao todo, a ação mobilizou cerca de 120 policiais civis e 30 servidores do Ministério Público.

As investigações continuam, buscando aprofundar as conexões entre a facção, agentes públicos e empresas envolvidas.

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