SOROCABA - Bailes funk, pancadões e festas clandestinas de Réveillon tiveram som alto, aglomerações e até tiroteio, na virada do ano, em cidades do interior de São Paulo. Eventos como esses estão proibidos em todo o Estado por causa da restrição imposta pelo Plano São Paulo, do governo estadual, para conter o avanço da covid-19. Desde a zero hora desta sexta-feira, 1º, o Estado entrou na fase vermelha, em que só estão autorizados a funcionar serviços essenciais, como supermercados e farmácias.
Em Campinas, a Guarda Municipal foi mobilizada para interromper uma festa que reunia mais de mil pessoas, na madrugada desta sexta-feira, na Praça Grande, no bairro Vila Grandina. Sem máscara, os participantes usavam som alto nos veículos e empinavam motos. Assim que se aproximaram, os agentes foram recebidos a tiros. Houve pelo menos três disparos que não acertaram os alvos. Os guardas usaram bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Não houve registro de feridos.
Uma festa funk durou toda a madrugada desta sexta e incomodou moradores do bairro Ipiranga, na zona norte de Ribeirão Preto. Acionada pelos vizinhos, a Polícia Militar enviou uma equipe ao local. Ao constatar a quantidade de pessoas, ocupando toda a rua Porto Seguro, a PM pediu reforço. Durante o baile, um jovem de 19 anos foi ferido por um tiro de raspão e teve de ser levado ao Pronto Socorro Central. O atirador não foi identificado e a multidão só se dispersou de manhã.
A Praça São José, em Paulínia, foi palco de uma festa da virada clandestina, reunindo cerca de 500 pessoas. Moradores reclamaram do som alto, consumo de bebidas e aglomerações sem uso de máscara. A Secretaria de Segurança Pública do município informou que os agentes foram até o local, mas não dispersaram a multidão. "Foi realizado patrulhamento preventivo para evitar brigas, vandalismo ao patrimônio público e outras desinteligências, visto que dispersar a multidão poderia acarretar problemas maiores", disse em nota.
Em Várzea Paulista, um pancadão reuniu milhares de pessoas durante toda a madrugada na Vila Real, zona norte da cidade. Moradores registraram em vídeo o som alto, o barulho das motos e as pessoas aglomeradas, sem usar máscara. A festa terminou por volta das 6 da manhã. A rua ficou tomada pelo lixo e cheiro de urina. Moradores disseram que o chamado 'Pancadão do Ano Novo' foi marcado através de redes sociais. No Natal, já havia sido realizado um evento semelhante. A prefeitura informou que a Guarda Municipal não recebeu queixas do evento.
Na zona norte de Sorocaba, uma multidão ocupou a rua Antônio Silva Saladino, no Parque Vitória Régia. A via pública foi transformada em palco para um baile funk. A PM enviou viaturas para o local, mas a festa, iniciada às 9 da noite de quinta-feira (31), só terminou com o dia seguinte amanhecendo. Já em Valinhos, a Guarda Municipal atuou para acabar com uma festa que reunia cerca de 250 pessoas na região central da cidade.
Conforme a Secretaria de Segurança Pública do Estado, a Polícia Militar foi chamada durante a madrugada para atender diversas ocorrências de perturbação do sossego em cidades do interior. Conforme a pasta, as equipes realizaram trabalho de orientação aos participantes e reforçaram o policiamento na região. "A instituição executou diversos programas de policiamento preventivo e ostensivo ao longo da virada do ano para garantir a segurança da população e evitar aglomerações em todo o Estado", disse, em nota.