Filho de mulher que levou tio morto a banco diz que mãe é inocente: 'Criou seis filhos. Nunca precisou roubar'

Família também relatou que Erika tem transtornos psiquiátricos e apresentou relatórios assinados por psiquiatras

22 abr 2024 - 13h38
(atualizado às 14h20)
Resumo
Lucas Nunes dos Santos, o filho de Erika de Souza Vieira Nunes, presa após levar o tio morto para tentar sacar um empréstimo em um banco no Rio de Janeiro, afirmou que a mãe é inocente.
Cadáver em banco: o que já se sabe sobre o caso no Rio de Janeiro
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Lucas Nunes dos Santos, o filho de Erika de Souza Vieira Nunes, 42 anos, presa após levar o tio morto para tentar sacar um empréstimo em um banco no Rio de Janeiro, afirmou que a mãe é inocente.

"A minha mãe criou seis filhos. E nunca precisou roubar, enganar ninguém para isso. A minha mãe encaminhou os filhos para a vida, e encaminhou muito bem, nos ensinando o caminho dos estudos, o caminho do que é correto. Tanto que, meus irmãos e eu, nós somos formados, bacharel em direito, passamos em concursos, faculdade. A nossa mãe sempre foi nossa inspiração", disse ele em entrevista ao Fantástico, exibida no domingo, 21.

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A família também relatou que Erika tem transtornos psiquiátricos. Eles apresentaram relatórios assinados por psiquiatras que atenderam a mulher pelo plano de saúde. Dois profissionais chegaram a pedir internação dela. Segundo um dos médicos, ela é dependente de sedativos, tem quadro de depressão, pensamentos suicidas e alucinações auditivas.

"Ela vem passando por momentos difíceis, transtornos psiquiátricos, tem acompanhamento psicológico", afirmou o filho Lucas.

Lucas Nunes dos Santos, filho de Erika de Souza Vieira Nunes
Lucas Nunes dos Santos, filho de Erika de Souza Vieira Nunes
Foto: Reprodução/TV Globo

À emissora, o delegado do caso, Fábio Souza, rebateu: "Uma pessoa que tem problema psiquiátrico pode não entender que o tio está morto, mas, certamente, ela também não ia entender que tinha que pegar o dinheiro. A pessoa não pode ter uma consciência seletiva."

Imagens inéditas do caso

Imagens exibidas pela TV Globo mostram Erika e o tio, Paulo Roberto Braga, de 68, momentos antes do atendimento no guichê da agência bancária.

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Nas imagens, ao sentar para aguardar atendimento, Erika segura a cabeça do tio com a mão. Ao retirar a mão para mexer na bolsa, a cabeça do idoso tomba. 

Em certo momento, ela também conversa com uma funcionária do banco e, na sequência, vai ao banheiro. Durante os seis minutos que ela ficou no banheiro, a funcionária foi quem sustentou a cabeça de Paulo. Quando Erika volta, ela tenta dar um copo de água ao tio, mas ele não se mexe. 

Depois, no atendimento no guichê, é quando as funcionárias do banco percebem que tem algo errado. Erika e Paulo são levados para uma sala reservada e uma funcionária faz massagem cardíaca no idoso. À emissora, a mulher, que preferiu não se identificar, contou que o homem não se movia e que isso gerou nela um sentimento de impotência. "Mesmo fazendo tudo aquilo que estava ao meu alcance, tudo o que eu espero é esquecer", disse.

Minutos depois, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chega ao local e constata a morte do idoso. Segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML), Paulo morreu por broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca, mas outros exames complementares foram pedidos.

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As investigações

De acordo com as investigações, o homem já entrou sem vida no banco. "Ela foi com o tio ao banco porque percebeu que ele estava no seu último momento de vida, e tentou, antes que ele morresse, retirar esse dinheiro. Só que, antes de chegar ao banco, ele veio a óbito. Ainda assim, ela viu a possibilidade de fazer o saque desse dinheiro, porque era a última chance que ela tinha de tirar esse dinheiro", disse o delegado Fábio ao Fantástico.

De acordo com a perícia, a morte de Paulo foi entre 11h30 e 14h30 da última terça-feira, 16, no intervalo em que ele e a sobrinha foram até ao banco.

Erika, por sua vez, alega que só percebeu que o tio parou de responder quando foi atendido na agência bancária. A defesa dela afirma que ela estava em estado de negação de que o tio pudesse ter morrido naquele momento. Erika foi indiciada por tentativa de furto mediante fraude e por vilipêndio (menosprezar o cadáver de alguém) e está presa preventivamente no Complexo Penitenciário de Bangu.

Na terça-feira, 16, Erika levou Paulo na agência bancária para sacar R$ 17 mil de um empréstimo, que estava no nome dele. Parentes afirmam que o valor seria usado em uma obra na casa em que o idoso morava, em Bangu. Segundo a família, o pedido de empréstimo tinha sido feito no dia 25 de março.

Paulo Roberto Braga foi enterrado no fim da manhã de sábado, 20, no Cemitério Campo Grande, no Rio de Janeiro. A cerimônia fúnebre foi acompanhada por cerca de 15 pessoas, segundo o jornal Extra. O enterro durou em torno de 40 minutos.

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Fonte: Redação Terra
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