Aos gritos de "Retira", manifestantes ocuparam as galerias da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) por volta das 14h30 desta segunda-feira (3), em Curitiba. Eles pedem que o projeto que pode terceirizar a gestão de 200 escolas estaduais seja retirado de pauta pelos deputados estaduais. Por volta 15 horas, o presidente Ademar Traino (PSD) anunciou a suspensão da sessão.
"Informo aos senhores deputados que, em razão da invasão da Assembleia, nós estamos suspendendo a sessão temporariamente", disse Traiano.
Durante a entrada na Casa Legislativa, os portões foram rompidos e uma vidraça foi quebrada. Manifestantes também ficaram feridos após a reação com bombas de efeito moral e gás de pimenta.
Em entrevista à Banda B, a presidente da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, disse que a ocupação é resultado da 'falta de diálogo' com as entidades.
"Ninguém viu esse projeto antes de chegar à Casa. Chega aqui da forma mais genérica possível, deixando todo o poder aos nossos governantes sobre o futuro da escola pública. A gente pedia que o projeto fosse retirado de pauta e aí a revolta culminou na entrada, a gente lamenta que tenha chegado a esse ponto", comentou.
Mazeto afirma que o sindicato pediu negociações com os deputados, o que não aconteceu. Agora, a APP-Sindicato disse que espera que o projeto seja retirado de pauta.
Projeto
O projeto que cria o Programa Parceiro da Escola estava previsto para acontecer em duas sessões ainda nesta segunda-feira (3).
De acordo com o Governo do Estado, o programa visa otimizar a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas mediante parceria com empresas de gestão educacional. O texto, que tramita em regime de urgência, permite que empresas sejam responsáveis pelo gerenciamento administrativo das escolas, além de gerir terceirizados responsáveis por áreas como limpeza e segurança.
Greve "política"
Durante a manhã, o governador Ratinho Junior (PSD) afirmou que a greve dos professores é "política, baseada em fake news e ilegal".
"A greve é ilegal e a Justiça já decretou isso! A adesão é baixíssima, e a maioria dos alunos estão tendo aula normalmente, o que demonstra a maturidade dos nossos professores e diretores em entender que os sindicalistas fizeram um monte de fake news sobre o projeto que está sendo votado", afirmou o governador.