Fuga de Mossoró ultrapassou tempo da caçada a Lázaro Barbosa; relembre outras buscas

Ambos os casos envolveram operações forças-tarefa com múltiplas equipes e também foram marcadas pela audácia dos criminosos

7 mar 2024 - 10h59
(atualizado às 17h04)
Criminosos Lázaro Barbosa e Paulo Cupertino
Criminosos Lázaro Barbosa e Paulo Cupertino
Foto: Reprodução / Perfil Brasil

Nesta quinta-feira (7), a busca pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, chegou ao 23º dia. A fuga superou em duração a busca pelo assassino em série Lázaro Barbosa, ocorrida em junho de 2021 em Goiás. Em ambos os casos, as operações envolveram forças-tarefa com múltiplas equipes e foram marcadas pela audácia dos fugitivos.

Relembre algumas das fugas que duraram mais tempo até serem concluídas:

Lázaro Barbosa

Lázaro Barbosa, um assassino em série responsável por uma série de crimes, incluindo assassinato, estupro e roubo, desencadeou uma das maiores caçadas policiais no Brasil em 2021. Após matar quatro membros de uma família em Ceilândia, ele fugiu para Cocalzinho de Goiás, onde se escondeu na mata.

Durante sua fuga de 20 dias, mais de 270 agentes se uniram em uma força-tarefa para capturá-lo. Houve trocas de tiros com a polícia e um confronto final resultou em sua morte por ferimentos de bala. O caso gerou grande comoção e mobilização tanto da polícia quanto da população local.

Paulo Cupertino

O ator Rafael Henrique Miguel, conhecido por seu papel em "Chiquititas", e seus pais foram vítimas de um tiroteio em São Paulo, cometido pelo comerciante Paulo Cupertino Matias, pai da namorada de Rafael. Após quase três anos foragido, Cupertino foi capturado em um hotel em Interlagos, São Paulo.

Durante sua fuga, ele utilizou nomes falsos e percorreu mais de 300 endereços no Brasil, Paraguai e Argentina. Ao ser detido, foram encontrados em seu quarto, além de roupas, uma bengala, três chapéus, lentes de contato azuis e uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsificada.

Roger Abdelmassih

Em agosto de 2014, o ex-médico Roger Abdelmassih foi detido em Assunção, Paraguai, após não se apresentar à polícia desde 2011. Ele havia sido condenado em 2010 a 278 anos de prisão por estupro e atentado violento ao pudor contra 37 vítimas.

Sua tentativa de renovar o passaporte indicava uma possível fuga após a revogação de seu habeas corpus. Abdelmassih tornou-se um dos criminosos mais procurados pela Polícia Civil de São Paulo, com uma recompensa de R$ 10 mil por informações sobre seu paradeiro. Sua prisão foi realizada por agentes da Secretaria Nacional de Antidrogas do Paraguai, com apoio da Polícia Federal brasileira.

Jorgina de Freitas

Nos anos 1990, a advogada e procuradora Jorgina de Freitas liderou a maior fraude contra a Previdência Social no Brasil. Condenada em julho de 1992 a 14 anos de prisão, permaneceu foragida até 1997, quando foi localizada na Costa Rica e extraditada posteriormente.

O esquema desviou cerca de US$ 500 milhões, segundo a Procuradoria-Geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), embora a Advocacia-Geral da União (AGU) tenha estimado a fraude em aproximadamente R$ 2 bilhões.

Conhecido como "escândalo da previdência", Jorgina foi presa em 1998, perdendo o direito à prisão especial em 2001 com a cassação de seu registro na OAB. Após ser transferida para uma cela com outras detentas, ela teve sua pena declarada extinta em junho de 2010, sendo libertada no mesmo mês. Jorgina faleceu em 2022 devido a complicações de um acidente de carro ocorrido em 2021.

PC Farias

Paulo César Farias, tesoureiro da campanha de Fernando Collor de Mello, enfrentou 41 inquéritos criminais e teve sua prisão decretada em 31 de junho de 1993, após o impeachment do presidente. Acusado de montar uma rede de tráfico de influência e corrupção no governo federal, ele negou as acusações e fugiu do Brasil.

Após deixar o país em um bimotor paraguaio pilotado por Jorge Bandeira, sócio de Farias, em julho de 1993, ele fez escalas até chegar a Londres, onde foi localizado 130 dias depois. O governo brasileiro pediu sua extradição após a exibição de uma reportagem no Jornal Nacional revelando seu paradeiro, mas Farias fugiu para a Tailândia. Lá, foi preso em 29 de novembro.

Condenado a quatro anos de prisão por sonegação fiscal e a sete por falsidade ideológica, cumpriu um terço da pena e recebeu liberdade condicional em 28 de dezembro de 1995. No ano seguinte, foi encontrado morto ao lado de sua namorada, Susana Marcolino, em sua casa de praia em Maceió.

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