Garis da cidade de SP entram em greve por vacina da covid-19

Trabalhadores da limpeza urbana paralisaram serviços de varrição e de coleta de lixo nesta terça-feira, 8

8 jun 2021 - 16h32
(atualizado às 16h42)
Grupo reivindicou prioridade na fila do imunizante contra o novo coronavírus
Grupo reivindicou prioridade na fila do imunizante contra o novo coronavírus
Foto: Prefeitura de São Paulo

Trabalhadores da área de limpeza urbana de São Paulo entraram em greve nesta terça-feira, 8, paralisando serviços de varrição e coleta de lixo na cidade por 24 horas. A ação acontece em protesto pela vacinação da categoria contra a covid-19. Em frente à Prefeitura de São Paulo, o grupo reivindicou prioridade na fila do imunizante contra o novo coronavírus.

"A categoria que nunca parou merece vacina, respeito e reconhecimento", disse o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco-SP) em publicação na página do Facebook. "Sem vacina, sem coleta", repetem os trabalhadores em vídeo.

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Segundo o Siemaco-SP, cerca de 17 mil trabalhadores da limpeza urbana aderiram à greve. Com isso, de acordo com o sindicato, 18 toneladas de lixo deixaram de ser recolhidas na capital paulista. Como a paralisação é de 24 horas, os trabalhadores só voltarão a realizar a coleta na manhã desta quarta-feira, 9.

Em nota, o Siemaco-SP e o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Setor Diferenciado de São Paulo (STERIIISP), que representa os motoristas da limpeza urbana, alegam que "a medida enérgica é a única forma encontrada para chamar a atenção e o apoio da população e das autoridades". Citam ainda a falta de respostas às demandas do grupo e uma reunião "sem sucesso" realizada na segunda-feira, 7, com a secretária de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado, Patricia Ellen.

"Lembramos que o risco de contágio na limpeza urbana é alto, (haja) visto a forma de trabalho exercida por esses profissionais, seja na varrição das ruas, dentro dos caminhões de coleta, no recolhimento de grande quantidade de lixo infectado e outros postos de trabalho que, consequentemente, os deixam expostos diretamente ao vírus", complementam.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que tem como foco vacinar toda a população, priorizando os setores mais vulneráveis. "Desde março deste ano, foram imunizados todos os coletores e profissionais que trabalham com Resíduos de Saúde (RSS) na capital", diz.

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"A abertura de novos grupos depende da chegada de novas doses de vacina, enviadas pelo Ministério da Saúde aos Estados, que repassam aos municípios. A Secretaria Municipal de Saúde acrescenta que segue o calendário definido pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) e o Programa Estadual de Imunização."

Já sobre a paralisação desta terça-feira, 8, a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) informa que não foi notificada formalmente sobre a greve e que vai tomar as medidas legais cabíveis. "Por se tratar de um serviço essencial, foi desrespeitada a lei geral de greve, que determina em seu artigo 13 a comunicação com 72 horas de antecedência para qualquer paralisação, além da exigência de que mantenha em operação equipes necessárias para atender a população, conforme o artigo 11 da mesma lei", diz.

O Governo de São Paulo, por sua vez, informou que mantém constante diálogo com representantes da Siemaco-SP e da STERIIISP, com quem a secretária Patricia Ellen se reuniu, e ressalta que o Plano Estadual de Imunização (PEI) de São Paulo segue as diretrizes do Plano Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde para a definição dos públicos-alvo a serem imunizados. "No entanto, é fundamental que o Ministério da Saúde disponibilize mais vacinas para a ampliação da imunização e a inclusão de novos grupos", complementa.

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