Garis da Grande São Paulo e de cidades do interior paulista entraram nesta segunda-feira (23) em greve por tempo indeterminado. A categoria pede aumento salarial de 11,73%, mas o Sindicato das Empresas Urbanas de São Paulo (Selur) oferece 7,68% de reajuste. O salário médio desses empregados é de R$ 900.
De acordo com Ariovaldo Caodaglio, presidente do Selur, a greve atinge as cidades do ABC paulista, exceto Rio Grande da Serra e São Bernardo do Campo, além de Itanhaém, Paulínia, Cotia e Itapevi. Nos municípios de Andradina e Osasco, uma liminar determina que os grevistas mantenham 70% da categoria trabalhando. Resíduos dos serviços de saúde, como hospitais, devem ter a coleta e destinação final funcionando plenamente.
A Federação de Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação Ambiental, Urbana e Áreas Verdes do Estado de São Paulo (Femaco) informou que a maioria das cidades paulistas, exceto São Paulo e Campinas, que têm data-base diferente, aderiram à paralisação. A entidade estima que 30 mil trabalhadores estão com os braços cruzados.
Os garis reclamam que o reajuste de 7,68% não é suficiente para corrigir a inflação. Eles reivindicam aumento de 11,73%, o mesmo percentual oferecido aos trabalhadores da área no Estado. O presidente do Selur adiantou que não é possível aplicar o aumento.
“O salário mínimo do Estado é pago a categorias que não têm representação sindical. Isto significa que o aumento é 11,73%, mas não tem cesta básica, ticket refeição ou vale transporte. Não tem absolutamente nada que os demais trabalhadores sindicalizados têm”, declarou Ariovaldo.
Segundo ele, o sindicato patronal aguardará a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Na última sexta-feira (20), em reunião de conciliação no TRT, o desembargador Wilson Fernandes havia sugerido aumento de 9,5%, mas o encontro terminou sem acordo.