Gestão Tarcísio troca comando da Rota, a tropa de elite da PM de SP

Secretário de Segurança negou que mudança esteja relacionada à Operação Escudo, que já matou 28 pessoas desde o final de julho

5 set 2023 - 00h31
(atualizado às 23h01)

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, tratou nesta segunda-feira, 4, como "normais" as trocas no comando da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar, a Rota, a tropa de elite da Polícia Militar paulista. Foi publicada no Diário Oficial a promoção do tenente-coronel Leonardo Akira Takahashi no 1º Batalhão de Policiamento de Choque (BPChq) e a transferência de Rogério Nery Machado para o 4º BPChq.

"O tenente-coronel Nery, que comandou pelos últimos quatro meses a Rota, é um oficial da mais alto estirpe", disse Derrite em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 4, no Palácio dos Bandeirantes. "(Nery) Comandou o COE (Centro de Operações Especiais), é um oficial brilhante. Só que nós tínhamos um planejamento de que o major Takahashi assumisse o comando da Rota. Então, o coronel Nery sabia que viria para ficar só quatro meses", completou o secretário.

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Operação Escudo, no Guarujá (SP), foi deflagrada no final de julho, um dia depois de um soldado da corporação morrer em suposto confronto com bandidos.
Operação Escudo, no Guarujá (SP), foi deflagrada no final de julho, um dia depois de um soldado da corporação morrer em suposto confronto com bandidos.
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

O tenente-coronel Rogério Nery Machado retoma ao posto para comandar o Batalhão de Operações Especiais, e também o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), e o Centro de Operação Especiais (COE).

Foi sob o comando de Nery que foi deflagrada, em 28 de julho, a Operação Escudo em cidades do litoral paulista, um dia após a morte do soldado Patrick Bastos, no Guarujá, enquanto fazia patrulhamento em uma comunidade. Desde então, ao menos 28 pessoas morreram, segundo a polícia.

No entanto, há relatos de que a operação tem feito uso excessivo das forças de segurança, com execuções e torturas, o que é negado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. Na ultima sexta-feira, 1º, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) recomendou, em audiência pública que reuniu líderes de entidades defensoras dos direitos humanos, o fim da Operação Escudo.

Derrite negou que a troca de comando na tropa de elite da Polícia Militar do Estado esteja relacionada à ação da Rota no litoral paulista. "Não é falta de prestígio (ao Rogério Nery Machado) , pelo contrário. Faz parte da carreira", disse o secretário.

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Em relação às 28 mortes, a SSP-SP informa que os casos estão em investigação pela Deic de Santos, com o apoio do DHPP, e pela PM. "O conjunto probatório apurado no curso das investigações, incluindo as imagens das câmeras corporais, tem sido compartilhado com o Ministério Público e o Poder Judiciário", diz a pasta.

Cracolândia

Outras trocas de comando foram anunciadas no Diário Oficial. Uma delas foi a do 13º Batalhão, responsável pelo policiamento na região da Cracolândia. O posto era ocupado pelo tenente-coronel Armando Luiz Pagoto Filho, que deixa o cargo e foi transferido para Comando de Policiamento de Área Metropolitana 10 (CPA/M-10), na zona sul da capital. O nome do seu substituto ainda não foi divulgado.

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