Governo gaúcho e base aliada retiram urgência do projeto Passe Livre

9 jul 2013 - 13h52
(atualizado às 14h58)

O governo do Rio Grande do Sul atendeu o pedido feito pelos deputados da base aliada na Assembleia Legislativa e retirou nesta terça-feira o regime de urgência do projeto que prevê Passe Livre Estudantil. A decisão foi tomada no final da manhã em reunião entre o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, o líder do governo na Assembleia, deputado Valdeci Oliveira (PT), e os demais líderes dos partidos que integram a base.

Com a mudança, o projeto vai passar pelas comissões técnicas do Parlamento, o que permitirá a discussão de formas de viabilizar a extensão do benefício para outras regiões do Estado. “O governo foi extremamente sensível ao nosso pedido. Com a retirada da urgência vamos fazer uma ampla discussão para aprofundar ainda mais esta iniciativa que consideramos de grande repercussão positiva para nossos estudantes”, afirmou o líder do governo na Assembleia.

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O projeto inicial beneficia cerca de 200 mil estudantes em 63 municípios gaúchos das regiões atendidas pela Fundação Metropolitana de Planejamento (Metroplan). A passagem gratuita valerá para a região metropolitana de Porto Alegre, para o Eixo Pelotas-Rio Grande (sul do Estado), para o Eixo Caxias-Bento Gonçalves (região serrana) e para o eixo de cidades do litoral norte. As linhas são da modalidade comum, com o limite de duas passagens diárias, em dias úteis.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

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A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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