O governo da Bahia informou nesta quarta-feira, dia 29, que o governo Jair Bolsonaro dispensou uma oferta de ajuda humanitária da Argentina para vítimas das enchentes no Estado. Segundo o governo baiano, o consulado argentino, que havia oferecido auxílio material, comunicou nesta noite que o Itamaraty rechaçou a ajuda.
Por meio diplomático, o governo Alberto Fernández ofereceu o envio de uma missão internacional com dez profissionais especializados nas áreas de logística, água, saneamento e apoio psicossocial para vítimas de desastres naturais. O governador Rui Costa (PT) cobrou celeridade na autorização da missão proposta pela Casa Rosada.
Em nota, o governo da Bahia reproduziu trechos de um ofício enviado pelo Ministério das Relações Exteriores às representações diplomáticas da Argentina no Brasil. O Itamaraty disse que o governo federal enfrenta o desastre "com a mobilização interna de todos os recursos financeiros e de pessoal necessários". Também disse que "na hipótese de agravamento da situação, requerendo-se necessidades suplementares de assistência, o governo brasileiro poderá vir a aceitar a oferta argentina de apoio da Comissão dos Capacetes Brancos, cujos trabalhos são amplamente reconhecidos".
O presidente Jair Bolsonaro tem sido alvo de críticas por causa da operação de apoio às vítimas das chuvas. Segundo autoridades do Estado, 629 mil moradores da região foram afetadas pelas águas, que cobriram casas e destruíram bairros inteiros.
Procurado pela reportagem, o Ministério das Relações Exteriores ainda não se manifestou.
Na última segunda-feira, o embaixador Daniel Scioli disse que ofereceu ao governo federal e ao governo baiano assistência da comissão dos Capacetes Brancos, equipe de voluntários que serve como um braço de assistência humanitária internacional do governo argentino. Eles têm vasta experiência em desastres e atuaram recentemente ao lado de brasileiros no Haiti.
"Colocamos à disposição do governo federal e do governador da Bahia desinfectantes, potabilizadores de água e também profissionais especializados na sua utilização, na montagem de abrigos do ACNUR, em logística de doações e contenção psicossocial", escreveu o embaixador argentino em Brasília.
A chancelaria argentina disse que enviou a oferta à Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ao Itamaraty e ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres.