A greve no transporte coletivo de Curitiba (PR) continuou nesta terça-feira, apesar de uma determinação judicial para a retomada parcial do serviço. Este é o segundo dia de paralisação de motoristas e cobradores, que reivindicam o pagamento do adiantamento salarial - equivalente a 40% do salário e que deveria ter sido depositado no último dia 20 - e protestam contra os constantes atrasos nos pagamentos das remunerações nos últimos meses. As empresas de ônibus alegam que não estão recebendo a quantia correta de pagamentos para a operação do sistema. Prefeitura de Curitiba e governo do Paraná estão em disputa por conta de uma dívida de cerca de R$ 16 milhões, o que representa o subsídio da administração estadual para as linhas metropolitanas.
A expectativa era de retomada de parte do transporte coletivo depois de uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho, que durou quase quatro horas e envolveu tanto motoristas e cobradores quanto empresas, prefeitura e governo. O resultado foi a determinação para a volta de 70% dos ônibus nos horários de pico e 50% nos demais horários, reforçando uma liminar que já havia sido expedida neste sentido no fim de semana e que não foi cumprida ontem.
O Sindimoc, que representa motoristas e cobradores, alegou que não foi notificado da decisão. A multa em caso de descumprimento foi elevada para R$ 300 mil. Uma nova audiência está marcada para hoje às 14h30, quando as partes envolvidas devem apresentar uma solução para o pagamento dos salários dos trabalhadores.
No início desta manhã, o trânsito estava bastante intenso em Curitiba, pois muitos decidiram colocar novamente os carros na rua diante da ausência de transporte. A Urbs – que opera o sistema de transporte em Curitiba e Região Metropolitana – cadastrou mais de 600 veículos para fazer o transporte alternativo, com o objetivo de atender parcialmente a população.
