Greve dos rodoviários no Rio de Janeiro entra no segundo dia

14 mai 2014 - 08h01
(atualizado às 11h02)
Ônibus não saíram da na garagem da Viação São Silvestre, no Morro da Providência
Ônibus não saíram da na garagem da Viação São Silvestre, no Morro da Providência
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Apesar da determinação da Justiça que exige que ao menos 70% dos rodoviários retornem ao trabalho a paralisação da categoria segue com força nesta quarta-feira e poucos coletivos circulam pela zona sul e centro do Rio. Além dos rodoviários cariocas, rodoviários de Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo, Japeri e Queimados, na Baixada Fluminense, também aderiram à paralisação.

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A auxiliar de serviços gerais Roberta Itaparica, 31 anos, saiu da sua casa, em Austin, bairro de Nova Iguaçu, às 3h30 para pegar o trem até a Central do Brasil. Chegou 5h40 e às 8h ainda não havia conseguido embarcar em um ônibus para o Jardim Botânico, na zona sul, onde trabalha. "Estão vindo poucos ônibus e os que chegam passam lotados. Já avisei ao supervisor que vou atrasar, não tem jeito." Ontem, quando os rodoviários iniciaram a paralisação, ela chegou às 11h ao serviço depois de saltar do trem no centro, pegar o metrô até Botafogo e conseguir pegar um dos poucos ônibus que passavam sentido zona sul.

Eliana Rosa, 29 anos, moradora de Belford Roxo, também sofreu para chegar ao trabalho. Ela conta que os ônibus passavam em uma frequência muito menor e fez em 2h40 um percurso em que costuma levar 1 hora. "A sorte é que trabalho na central."

Em seu último balanço, a Rio Ônibus contabilizou 158 ônibus depredados desde o início da paralisação ontem de madrugada - na quinta feira, quando a categoria cruzou os braços por 24 horas, a prefeitura afirma que 531 ônibus foram danificados. As principais avarias são quebra de para-brisas, janelas, retrovisores e furto de chaves.

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O Rio Ônibus ainda está fechando os dados sobre a circulação total de ônibus na cidade nesta quarta – ontem apenas 18% da frota foi para as ruas -, mas afirma  que o movimento está sendo, aos poucos, reestabilizado. Segundo, sindicato que representa 36 empresas de ônibus na Baixada, a paralisação na região teve baixo alcance, e 80% da frota estaria operando.

Os rodoviários não aceitam o acordo fechado entre o sindicato e a prefeitura, que definiu aumento de 10% e R$ 140 de cesta básica e reivindicam reajuste de 40%, auxílio alimentação de R$ 400 e o fim da dupla função de motorista – em muitas linhas, eles exercem também a função de cobrador. Amanhã eles se reúnem em assembleia para determinar os rumos da paralisação que, a princípio, segue até o fim desta quarta-feira.

A prefeitura do Rio mantém nesta quarta o funcionamento do plano de contingência para a greve. Os carros, no entanto, não estão mais autorizados a circular na faixa seletiva da Avenida Brasil e nos corredores do BRS. Metrô, trens e barcas funcionam em intervalos menores e o policiamento na saída das garagens foi reforçado. 

Fonte: Terra
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